O lema que a marquetagem criou para a campanha de Dilma Rousseff
—‘Governo novo, ideias novas— está prestes a sofrer um ajuste. ‘Governo
seminovo, aliados velhos’, eis o slogan que assedia a presidente
reeleita.
Mesmo com 39 ministérios, o governo parece pequeno
demais para acomodar os interesses das nove legendas que integram a
coligação vitoriosa. As principais divergências opõem PMDB e PT, os dois
sócios majoritários do empreendimento governista.
Hoje, o partido
de Dilma comanda 17 ministérios. A legenda do vice Michel Temer
gerencia apenas cinco. O PMDB ambiciona ministérios que o PT controla.
Entre eles os da Saúde e da Educação. O PT não cogita ceder espaços. Ao
contrário, também cobiça pelo menos uma pasta controlada pelo “aliado”, a
das Minas e Energia.
Antes de encarar as controvérsias, Dilma
voou para a praia de Inema, na Base Naval de Aratu, em Salvador.
Acompanharam-na apenas a filha Paula e o neto Gabriel, 4. Seus
apoiadores esperam que, ao retornar a Brasília, no próximo domingo, ela
deflagre as conversas para a divisão do primeiro escalão.
“Estamos
certos de que, dessa vez, a presidente saberá calibrar melhor o
compartilhamento”, disse ao repórter um dos caciques do PMDB. “Não dá
mais para reservar o filé mingnon para o PT —Fazenda, Planejamento,
Comunicações, Educação, Saúde, toda a área social, mais o Banco do
Brasil e a Caixa Econômica Federal— e querer que os outros partidos se
contentem com as sobras.”
Lideranças do PMDB afirmam em privado
que o partido não está exigindo nada que já não estivesse combinado
previamente. Sustentam que, antes de renovar a aliança com Dilma, numa
convenção realizada em junho de 2014, a legenda obteve do Planalto a
sinalização de que obteria “mais espaços” num eventual segundo mandato
de Dilma.
Uol
http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/10/30/pmdb-ambiciona-pastas-da-saude-e-educacao