A temperatura média em todas as grandes regiões do Brasil será de 3º a
6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século 20, segundo relatório
Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que será apresentado entre 9 e
13 de setembro, durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças
Climáticas Globais.
As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada de chuvas poderá ser 40% menor.
Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de
cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste
século.
Nas demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam
cenários com modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade
dessas projeções é menor. Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal.
"Com exceção da costa central e sul do Chile, onde há um esfriamento
observado nas últimas décadas, estamos medindo e também projetamos para o
futuro um aumento de temperatura em todas as demais áreas da América do
Sul", diz José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) a Fapesp, organizadora do evento. "A sensação é de que as
estações estão meio 'loucas', com manifestações mais frequentes de
extremos climáticos."
A expressão significa que os brasileiros vão conviver tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte,
às vezes um após o outro. Isso sem falar na possibilidade de
aparecimento de fenômenos com grande potencial de destruição que antes
eram muito raros no país, como o furacão Catarina, que atingiu a costa
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Nas grandes
áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio porte, o avanço do
concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de calor,
tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas.
Da Uol Noticias.