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04/08/2012

A CONSCIÊNCIA COMPRADA


Quanto vale um voto? Para o sedento de poder, não deve ser mensurado. Importa o ganho para si e sua corte, que terão caminho livre para usurparem direitos e amealhar fortuna. E a ética, onde fica? Quem compra voto, assim, como aquele que vende não a cultuam nem a reconhecem como instituto próprio da cidadania, nem como marca da decência e muito menos como emblema de uma coletividade. O que prevalece para eles, no geral, é a manutenção do status quo ou o desfrute da coisa pública para uso particular em detrimento do coletivo. Assim, privilegiam a insolência, obscurecem a verdade e atentam contra os dignos sentimentos que animam uma comunidade.
No reino do enriquecimento fácil, oceano de ilicitude, o viver nababesco é o alvo dessa gente abjeta e a corrupção o instrumento para alcançá-lo.
O comprador de voto jamais respeitará a ética porque seus valores e princípios estão aquém da moral e o que vende, muitas vezes, seduzido ou arbitrariamente conduzido a praticar este sujo e despudorado comércio, não a enxerga, porque lhe é negado o luzir da informação que aclara a ciência de seus direitos.
Esta luta desigual e infame se processa na ribalta política, denominada de pleito eleitoral, onde a consciência é posta em almoeda, tendo como protagonistas inescrupulosos candidatos a cargos públicos, que acintosamente exibem todo o potencial de manobra e de perspicácia que lhes são peculiares, porque contam com o beneplácito da impunidade, e os eleitores, vítimas da vilanagem, principalmente os iletrados e excluídos, que são, cuidadosamente, mantidos à distância do conhecimento de seus inalienáveis direitos explícitos na Carta Constitucional da Nação Brasileira.
O que esperar dos políticos que compram um mandato no câmbio ilícito do mercado do voto? Nada, simplesmente nada. Porque os que fazem uso desse expediente, jamais podem ser considerados cultores da probidade e da ilibação. 
Eles procedem dessa forma, porque não têm compromissos com o país, nem com o estado, nem com o município, nem com o povo. Desconhecem os preceitos da democracia e desprezam os postulados cristãos. São figuras desqualificadas para o exercício da gestão pública ou para a atividade parlamentar, tendo em vista que ultrajam com ardileza a cidadania.
Entes ignóbeis que afrontam a sociedade com métodos perniciosos e atitudes espurcas. No andar e nas palavras, demonstram fios de solércia e laivo de indignidade.
Diante dessa tragédia moral, a sociedade clama por uma enérgica ação dos poderes constituídos para que seja extirpada esta chaga que tanto macula nossos brios e que os responsáveis por tais desmandos, em nome da honra nacional, sejam exemplarmente punidos.

Fortaleza, 7 de outubro de 2008
Leonardo Pildas

Nota Bene: Embora este artigo tenha sido escrito na data referida, a situação continua a mesma. Infelizmente, nada mudou no cenário político nacional.
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