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03/07/2012

O ZÉ IRINEU DESPEDIU-SE DA PALMA!


       Henri Frederic Amiel, num de seus escritos, cunhou esta sentença: “Cada vida faz o seu destino”. Tem razão o filósofo suíço, o ser humano é responsável por suas escolhas, decisões e atitudes. Elas dão o rumo, o tom e o compasso do seu viver.
       Com certeza, o José Irineu fez as suas escolhas e decidiu sua linha de ação, sedimentando muitas atitudes que garantiram sua octogenária caminhada existencial.
       Neste contexto, destacamos três importantes escolhas do seu repertório vivencial: fazer da Palma o cenário de sua vida terrena, profissionalizar-se como barbeiro e casar-se com uma palmense. No curso do tempo, estas escolhas ocasionaram diversas decisões e atitudes que fazem parte de sua história pessoal.
        José Carneiro da Frota, o popular Zé Irineu, nasceu no dia 16 de agosto de 1930, na então vila da Palma, atual Coreaú. Casou-se com Maria do Socorro de Souza. Juntos constituíram uma grande prole: Francisco Juscelino Carneiro da Frota, Maria Jaqueline Frota, Joselito Carneiro da Frota (Romão), Francisco Américo Carneiro da Frota, Antônio Juscênio Carneiro da Frota e Rivelino Carneiro de Souza.
       Com o fito de relembrar duas grandes conquistas dessa figura ímpar, ocorridas em 2010, transcrevo, aqui, o artigo abaixo, escrito por mim e publicado no RM no Foco, edição de 09/10/2010:
 
O BARBEIRO-MOR DA PALMA"

José Carneiro da Frota, o popular Zé Irineu, no dia 16 de agosto de 2010, entrou para o clube dos octogenários coreauenses. Além do carimbo “vedro” motivado pela idade natalícia, o ano de 2010, proporcionou, também, a este fígaro palmense, a comemoração das Bodas de Diamante no campo profissional, sessenta anos de atividades no nobre ofício de barbeiro.

Com certeza, o nosso “Zé” não é o “Barbeiro de Sevilha”, mas é muito mais, porque é o “Barbeiro da Palma”. A partir de 1950 até 2009, muitas gerações tiveram seus cabelos cortados e suas barbas raspadas ou aparadas por esse insigne profissional, na tradicional Barbearia São Francisco, ornada por belas pinturas em suas paredes. Calendários e cromos contendo estampas de mulheres bonitas e sensuais completam a singularidade do alegre ambiente. Esta vetusta instituição, ainda sob seu comando, foi e continua sendo um ponto de referência da cidade.
Na oportunidade, com bastante atraso, o Centro da Memória de Coreaú – CEMECO congratula-se com este cidadão de longo curso, que, na citada data, conquistou o título de varão provecto. Parabéns!

Fortaleza, 7 de outubro de 2010
Leonardo Pildas”

            O Zé Irineu, aquele homem forte da década de 1950, ultimamente, contemplava com passos miúdos sua amada cidade natal. Mas mesmo alquebrado pelo peso dos anos e com a saúde debilitada, era presença constante e cativa a caminhar pelas ruas e praças da velha Palma.
            Quanta singularidade, o Zé Irineu fechou os olhos para o mundo no dia do Chaveiro do Céu, 29 de junho de 2012! Imagino a recepção. São Pedro, em festa pelo seu dia, consultando o livro de anotações e o Barbeiro da Palma, resignado, com seu sugestivo boné, esperando pelo veredicto. Cena para o pincel de um criativo pintor.
           A figura prosaica, conhecida por moços e velhos, que por tantos anos pontificou na Barbearia São Francisco de sua propriedade, emudeceu para sempre, seguindo para o Reino da Esperança. Hoje, seus restos mortais habitam o templo da morte, pois eles jazem numa sepultura no Cemitério São Miguel.
           José Irineu, o barbeiro-mor da Palma, chegou ao fim da estrada da vida, seguindo outra vereda rumo ao infinito. Toda criatura que nasce um dia volta para junto do Criador. A divisa latina, adiante transcrita, acentua esta verdade: “Os passos são diferentes, mas o caminho é um só.” Todos passam pela porta da morte.
          Descanse em paz, nobre conterrâneo!

Fortaleza, 02 de julho de 2012
Leonardo Pildas

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