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25/05/2012

O MÊS DE MAIO NA PALMA DE OUTRORA...


Lembrar traz saudades, incita o ego e perfuma os elos que nos ligam ao passado. A efervescência da imaginação comanda a busca dos belos dias do risonho mês de mês maio da Palma de outrora. Mês das águas findas, dos animados casamentos, de novenas e oferecimento de flores à excelsa Vigem Maria. Jubiloso, a cada dia, numa cadência monástica, ao sentir a claridade do último raio do ocaso, o sino tocava anunciando os ofícios religiosos. Era a hora da Ave Maria!  
A noite chegava com a movimentação litúrgica na Matriz. Novenas nas casas, altares com muita arte, quase sempre confeccionados pela minha mãe Anisete Menezes, para receber a Senhora Peregrina. O rito sacro se estendia até o dia 31, quando na praça, ao som da banda e o pipocar de fogos, havia a solenidade de coroação da imagem de Nossa Senhora do Rosário. No início dos anos de 1960, esta imagem foi substituída pela de Nossa Senhora de Fátima ofertada à paróquia por Dona Graça Fernandes. Eram momentos de fé, êxtase e esplendor vividos pela comunidade palmense. Entre 1954 e 1964, além da direção do pároco Padre Benedito Albuquerque, a organização e os cânticos tinham a participação das filhas de Maria: Anita Araújo, Sinhazinha Aguiar e Terezinha Albuquerque. 
No primeiro domingo de maio, a cidade acordava com uma vibrante alvorada. Os congregados marianos saiam em marcha pelas ruas, tendo à frente a bandeira mariana empunhada pelo senhor Luiz Carvalho Sobrinho para comemorar o Dia Mundial do Congregado Mariano. Era uma elegante demonstração pública de religiosidade.
Mas o mês de maio tinha outra atração, a festa do dia das mães. Na simplicidade daquele tempo, em cada lar, uma rainha era festejada por sua prole. As escolas lembravam a data e a garotada improvisava uma singela manifestação.
Olhos fitos no calendário, esse mês era esperado por todos. Além do início da colheita, funcionava, também, como marco para a abertura da contagem regressiva para a tradicional festa de setembro, período de homenagens à padroeira da família coreauense. Esta completava o grupo de motivações que maio oferecia aos coreauenses de todas as idades.
Quanta expectativa vivia nossa gente ao sonhar com a chegada de maio. Como era gostosa essa temporada que o quinto mês do ano proporcionava aos habitantes de Coreaú, em especial a meninada. Em tudo suscitava alegria. A festa matinal nas águas abundantes do nosso rio, respeitável protagonista de nossa história, enchia de garbo a criançada.
Encerramos, aqui, este turno nostálgico.  Que outros exprimam suas lembranças em textos ricos de recordações para que possamos resgatar toda a pompa do festivo mês de maio da Coreaú de ontem.

Fortaleza, 24 de maio de 2012
Leonardo Pildas
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