Cerca de 100 estudantes e professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA) de Eunápolis (643 km de Salvador), extremo sul da Bahia, foram às ruas da cidade nesta sexta-feira, 5, para protestar, dentre outras coisas, contra o transporte coletivo urbano precário e a proposta de congelamento dos salários dos professores por dez anos.
Os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade, com faixas e cartazes, fazendo muito barulho com apitos, vuvuzelas, gritos de “vergonha” e “educação merece respeito” e palavras de ordem contra o sistema de transporte. O trânsito no centro chegou a ficar congestionado e houve ônibus da Eunapolitana – empresa que faz o transporte na cidade – que foram impedidos de transitar. A manifestação foi acompanhada pela Polícia Militar e não houve incidentes.
A queixa contra o transporte é que faltam veículos adaptados a pessoas que têm necessidades especiais; frotas velhas, com ônibus que quebram sempre e acabam atrasando a chegada dos alunos às aulas; falta de estrutura nas vias de acesso; a má iluminação nas proximidades do campus, o que faz com que os ônibus passem pela BR-101, não indo até o ponto na porta da unidade educacional.
A manifestação faz parte do movimento de greve deflagrada tanto por estudantes e professores como também funcionários do instituto, no dia 3 deste mês. O motivo principal da greve é a proposta que o governo federal apresentou ao Congresso Nacional de congelamento dos salários dos professores por dez anos. Integrante do comando de greve, o professor de geografia Francisco Albuquerque informou que a greve é para pressionar o governo a retirar a proposta.
Segundo ele, só haverá as aulas quando a proposta for retirada. “Pelo que tive de informação, em toda a Bahia os campi do IFBA estão em greve e até a última quarta já eram 50 campi em três estados do Brasil que estão parados. Vamos continuar o nosso movimento e as reivindicações dos estudantes têm o nosso apoio também”, declarou o professor, que critica ainda que o governo tem contratado professores sem ser no regime de Dedicação Exclusiva (DE). “Estão contratando só 40h, o que prejudica a educação, pois inviabiliza o desenvolvimento de pesquisas”.
Mário Bittencourt, da Sucursal de Eunápolis
Fonte: A TardeOnline
Indicação de Matéria: Nataniel Albuquerque
