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29/04/2011

CONCURSO INTERNACIONAL DE REDAÇÃO DE CARTAS


EEM FLORA DE QUEIROZ TELES
CONCURSO INTERNACIONAL DE REDAÇÃO DE CARTAS
TEXTO SELECIONADO – 1ª FASE
Autor (a): Camila Taboza de Sousa Lima
1º ano “C” - TARDE


O LAMENTO DO IBIRAPITANGA

Caro amigo,

Sou uma árvore muito velha. Chamo-me Pau-Brasil. Desde o início da colonização, até os dias atuais, muita coisa mudou. Nunca imaginei até onde chegaria a maldade dos homens. Consegui transformar o Brasil. Hoje ele já anda com as próprias pernas e com elas me “chutaram”.
Querido amigo, você até me aconselhou, mas eu quis dar uma chance aos seres humanos. Sua crueldade foi maior que minha inocência. E agora sou uma das poucas árvores que sobraram para contar minha triste história.
Amigo, por conta dessas maldades cometidas em todo o mundo, pessoas inocentes pagam pelo erro daqueles que não entendem o tamanho da minha importância. O que mais me dói é ver o justo pagando pelo pecador. Será que eles não percebem que sem mim nem respirar podem? Mas nem tudo está perdido! Ainda existe alguém como você, que compreende a grandeza do meu trabalho. Coitadinhos! São chamados de bobos só porque tentam comprovar aquilo que no fundo todos já sabem: mudar é preciso! A maioria das pessoas sabe que o mundo não está suportando tanta burrice e ignorância ao mesmo tempo. Os homens não acreditam que possam transformar o mundo sozinhos. Se cada um fizer sua parte teremos uma natureza mais preservada e um mundo melhor para se viver.
Pois é, amigo, já não sei mais o que fazer. Estou solitário neste mundo. Que malvados são os seres humanos! E ainda dizem  que nós, árvores, é que somos inanimados e sem vida. Mas sem mim, são eles que não terão vida!
Ainda me lembro da minha infância, quando as pessoas ainda precisavam de mim. Me utilizavam para arco e flechas, para tingir seus tecidos, entre outras utilidades. Eles não viviam sem mim. Atualmente, com tantas máquinas, só me utilizam em citações de livros e ainda isso quando é raramente encontrado.
Minhas palavras não servem apenas para mim, mas também dizem respeito a toda nossa raça que um dia foi cuidada e compreendida pela humanidade. Bons tempos aqueles!
De vez em quando,  aparecem “salvadores da pátria” dizendo que irão promover uma reforma humanitária e que se tornarão defensores inigualáveis da natureza. Bobagem... Se isso não passasse de palavras, seria perfeito! Sem ações concretas,  são palavras soltam ao vento.
Amigo, queria estar te escrevendo para dar boas notícias, mas infelizmente  elas não são muito boas. A cada minuto uma árvore é cortada; a cada segundo uma geleira derrete. E é assim, a cada milésimo, numa velocidade muito rápida, a Terra vai ao pouco se transformando e, o que é triste, não é para melhor. Hoje dormimos em um mundo e teoricamente acordamos em outro. O mundo em que dormimos é onde se cortam as árvores e o mundo em que acordamos são a prova e a consequência da incapacidade dos seres humanos em preservar a seiva da vida que reside na natureza.
Talvez esta seja a última vez que você está tendo conhecimento de mim, pois na rapidez dos desmatamentos, talvez nem sobre a sombra da minha espécie. Espero que, a partir dessa carta, você tenha conhecido melhor a minha espécie que vive nesse lugar chamado Terra.

                                 Abraços verdes de esperança,

                Uma velha árvore chamada Pau-Brasil
                             

P.S.: Nunca se esqueça daquela que te deu até as últimas forças de suas raízes para você sobreviver.


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