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13/03/2011

MARIANA FONTENELE CRISTINO


No dia 9 de março, quarta-feira de cinzas, quando a liturgia católica nos adverte com essa passagem bíblica escrita em Gênesis 3.19: “lembra-te de que és pó e ao pó tornarás,” Mariana escreveu a última página do seu viver. Tão breve foi a sua passagem por esse mundo fascinante e conturbado dos tempos hodiernos, mas suficiente para realizar a missão que o Deus da Vida lhe confiou.
Somos criaturas predestinadas à caminhada terrena para colaborar com o Criador na construção de uma sociedade fraterna e justa. Somos, ao mesmo tempo, seres que constroem e seres em construção aos olhos da Trindade Santa. Por isso, temos um tempo demarcado para realizar a vontade Daquele que nos enviou para a lida humana. Completada a tarefa, ouvimos o chamado de volta para o Reino da Esperança. Foi o que se sucedeu à jovem Mariana. Certamente, na presença de Deus, ela já pronunciou estas palavras de São Francisco de Assis: “Tu és o meu Bem. Tu és o meu Descanso. Tu és a minha Segurança.”
A data do seu passamento, quarta-feira de cinza, revestiu-se de uma singularidade reflexiva, porque é o divisor entre dois tempos: um de folia e de alegria, onde o fulgor da juventude realça esta festa profana intitulada de carnaval; o outro puramente religioso é o período quaresmal, no qual refulge a penitência, a purificação, num convite à santidade. Foi neste contexto que ela partiu para o grande encontro com Aquele que torna possíveis as coisas impossíveis.
Parece-nos pertinente citar, aqui, Machado de Assis, in Ressurreição: Mariana “tinha em flor todas as ilusões da juventude”. Entretanto, chegou o tempo de florescer no paraíso celeste. Agora, no grande jardim palmense falta uma flor na aléia juvenil. Esta flor chamada Mariana feneceu, porém o seu perfume continua espargindo a suave fragrância por todos os rincões coreauenses.
“O tempo é curto, a vida é fugaz.” Muitos só conseguem desfrutar o prólogo da vida. Esta assertiva encaixa-se perfeitamente na caminhada vivencial da jovem Mariana. Viveu apenas a infância, a adolescência e poucos anos da mocidade. Logo, avistou o epílogo de sua ópera biológica.
Na ternura jovial, abafou como pôde as dores renitentes causadas pela impiedosa enfermidade. Esta lhe roubou o meigo sorriso, mas não a tenacidade. Lutou, heroicamente, até o último instante para continuar vivendo. Todavia, no momento de sua concepção foi determinado como data limite de sua existência: o nono dia do terceiro mês do ano de dois mil e onze da era cristã. Assim, cumpriu-se a sentença final. Consigo levou os sonhos e projetos cultivados no turno primaveril. Deixando para os familiares, conterrâneos e amigos o exemplo de fortaleza, energia e firmeza diante do sofrimento físico e emocional que padeceu.
Coreaú entristecida lamenta esta perda irreparável. Consternada, a família Cristino de Menezes ficou menor com a partida de Mariana, uma das cintilantes estrelas da quarta geração do genearca Antônio Cristino de Menezes.
 “Descanso eterno dá-lhe, Senhor, e que a luz perpétua a ilumine.”

Fortaleza, 10 de março de 2011
Leonardo Pildas
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