As
comparações serão inevitáveis, mas Dan Stulbach garante estar preparado
para elas. Após 12 anos na Globo, o ator deu o passo que considera mais
importante de sua carreira e assume o posto deixado por Marcelo Tas no
comando da bancada do ‘CQC’, que estreia nova temporada hoje, na Band.
Dan só pede um pouco de paciência a todos para se adaptar à empreitada.
“Acho natural que o Tas seja uma
referência, porque fez muito bem. Mas não estou substituindo uma pessoa,
estou substituindo uma função. O que ele fazia era único. Tenho que
encontrar o meu jeito, o meu estilo. Não quero me comparar. Senão, é
loucura”, diz o ator, que não sonhava com o posto: “Nunca olhei um
programa quando era moleque e falei: ‘Quero ser o Silvio Santos!’ Eu
queria ser o Paulo Autran, fazer novela, ou então jogar futebol.”
Dan não chegou a se encontrar com Tas, mas os
dois trocaram mensagens por celular em tom bastante amistoso. “A gente
tem carinho e respeito um pelo outro. Mas não pedi dicas nem conselhos”,
garante. “Ninguém sacaneou ninguém. De verdade! Ele tinha vontade de
sair. E eu fui convidado e tive vontade de vir.”
A decisão de mudar de emissora não foi nada
fácil, mas a saída foi amigável. Na Globo, Dan revela que tinha a
possibilidade de ganhar um programa este ano. “Nunca tinha pisado em
outra emissora. Tinha uma ótima relação com a Globo, e uma proposta de
renovação. Nesse sentido, não foi fácil. Talvez, se eu tivesse saído
brigado, seria mais fácil, se tivesse tido problema com alguém...”,
explica.
Mas a experiência acumulada na antiga casa
acabou sendo decisiva quando Dan topou aceitar o convite da Band.
Principalmente o seu elogiado desempenho à frente do ‘Encontro com
Fátima Bernardes’ no ano passado. “Isso me assustou. Nunca me imaginei
ser apresentador. Fui mais tranquilo, não tinha nada a perder.
Substituir a Fátima me deu mais confiança, sim, até porque tinha muita
gente competente que endossava o que eu tinha feito”, conta o ator.
Casado, pai de dois filhos, Dan só não dá
brecha quando o assunto resvala na sua vida pessoal. Ao ser questionado
se ouviu a opinião da mulher sobre a mudança de emissora, ele dispara:
“Não, nunca ouço!” Após uma sonora gargalhada, fala sério: “Ouvi pessoas
do meio artístico, como o diretor Nilton Travesso, dois amigos e a
família.”
No ‘CQC’, Dan vai dividir a bancada com Rafael
Cortez, que volta ao programa após dois anos fora, e Marco Luque, único
integrante desde a primeira temporada. O que mais deixa o ator e
apresentador com um friozinho na barriga é estar diante das câmeras sem
fazer um personagem. “É um pouco assustador porque é novo, mas me dá
tesão. Eu quero trazer uma provocação para o público, mostrar de algum
jeito o que está acontecendo no Brasil. A gente não tira sarro de
político porque é prazeroso, e sim porque é importante”, diz o ator, que
também planeja sair do estúdio para fazer entrevistas.
Ao mesmo tempo, ele tem ideias para uma
apresentação ainda mais dinâmica, como, por exemplo, fazer uma cena
igual à que foi mostrada numa reportagem. “A gente pode copiar o que
acabou de ver, posso fazer um personagem na volta, ser um político.
Luque está animado com essa ideia. A gente não precisa ser engraçado
sempre. Às vezes, pode simplesmente lamentar alguma coisa, porque há
coisas no país que só podemos lamentar”, argumenta.
iG
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