FOTO: JOSÉ LEOMAR |
O reajuste da tarifa de energia elétrica no Estado para 2015 deverá
acompanhar a sequência de aumentos que vem sendo aprovada pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas outras concessionárias do País.
Segundo o presidente da Companhia Energética do Ceará (Coelce), Abel
Rochinha, o custo de geração tem aumentando em virtude da seca, o que
poderá ser repassado aos consumidores.
"A tarifa de energia é composta basicamente por dois pedaços. Um pedaço
é a Parcela A, que é a passagem do custo de energia diretamente aos
clientes. E a Parcela B é a remuneração da distribuidora. Então, a
questão da falta de água no Brasil não tem influência sobre a Parcela B.
Ela parte da remuneração das distribuidoras, mas tem influência sobre o
custo de energia que cada um de nós, como consumidores, vamos ter que
pagar", explica o executivo.
A situação dos reservatórios continua crítica, o que vem reduzindo a
produção de energia hidrelétrica e tem obrigado o acionamento das
térmicas, cujo preço de geração é bem superior.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os
reservatórios da região Nordeste estão com apenas 13,22% de sua
capacidade de armazenamento, que é de 51.859 megawatts (MW) por mês, a
segunda maior do País. A região Sudeste/Centro Oeste, que lidera em
capacidade, com 202.246 MW/mês, está em condições semelhantes, com
15,78%.
Custo alto
"Seguramente, se continuar faltando água, o custo de geração através de
térmicas é muito mais caro que através de hidrelétricas. Então vamos
ter um reflexo nesse tipo de coisa", afirma Rochinha.
"Não é nenhuma novidade, porque já aumentou o custo de energia em
outras concessionárias, em outros estados do País. A Coelce terá sua
revisão tarifária em abril e, nesse momento, o custo de energia vai
refletir", completa.
Somente no mês passado, a Aneel aprovou reajustes que superaram a faixa
de 20%. É o caso da CPFL Piratininga, que atende 1,6 milhão de unidades
consumidoras no litoral e interior de São Paulo. As tarifas da
concessionária tiveram aumento médio concedido de 22,43%.
Para a Bandeirante Energia, que também atende em São Paulo, a elevação
média foi de 21,93%. Já a DME Distribuição, de Poços de Caldas, em Minas
Gerais, teve uma média de aumento de 13,69%.
Diário do Nordeste
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