O Instituto de Tecnologia em Fármacos, da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), obteve hoje (24) o registro de novo medicamento contra a
tuberculose, o 4 em 1, que reúne quatro princípios ativos em um só
comprimido. O deferimento foi dado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). De acordo com a Fiocruz, somente no ano passado, o
Brasil registrou 71.123 novos casos da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa formulação em dose
fixa combinada é a mais eficaz no combate à tuberculose. O medicamento
permite melhor adesão e redução das taxas de abandono do tratamento, que
é demorado. Os princípios são: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e
etambutol.
A fabricação do 4 em 1 por Farmanguinhos é fruto de parceria feita em
2010 com o laboratório indiano Lupin. De acordo com a gerente do projeto
na Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico da Farmanguinhos, Gisele
Moreira, ao longo de três anos, o instituto receberá gradualmente a
tecnologia para a produção no Complexo Tecnológico de Medicamentos
(CTM), no Rio de Janeiro.
“De acordo com o cronograma, a produção em Farmanguinhos deve
começar em 2017”, informou Gisele. Nesse período inicial, o laboratório
indiano se compromete a abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS) com o
medicamento.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), anualmente, o Brasil gasta cerca
de R$ 11 milhões em ações contra a tuberculose. Com o 4 em 1, a
Farmanguinhos ampliará para quatro a linha de medicamentos para
tratamento da doença, já que produz também a etionamida, a isoniazida e a
isoniazida + rifampicina.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta
principalmente os pulmões. São notificados anualmente cerca de 6 milhões
de novos casos em todo o mundo. Embora curável em praticamente 100% das
novas ocorrências, a doença mata mais de 1 milhão de pessoas por ano,
informa a Organização Mundial da Saúde. A tuberculose matou mais de 4,4
mil brasileiros em 2012.
Entre os mais vulneráveis à doença estão os moradores de rua, cujo
risco de infecção é 44 vezes maior do que o da população geral. Em
seguida, vêm as pessoas com HIV/aids, cujo risco é 35 vezes maior, a
população carcerária, com 28 vezes mais risco, e os indígenas, com risco
três vezes maior.
EBC
http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/11/brasil-vai-produzir-medicamento-inovador-contra-tuberculose