De acordo com matéria assinada pela jornalista Fernanda Krakovics, no
Globo neste domingo, depois que 79% do eleitorado expressaram desejo de
mudança em pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira, e após
as manifestações que tomaram as ruas em junho do ano passado, os chefes
dos governos estaduais em 16 das 27 unidades da Federação estão em
situação difícil nas eleições deste ano.
Segundo a publicação, a crise afeta tanto os que disputam a reeleição
quanto os que tentam emplacar o sucessor. Dos 17 que buscam um segundo
mandato, apenas cinco lideram as pesquisas de intenção de voto. Três
estão empatados, e sete, em desvantagem, de acordo com pesquisas Ibope e
Datafolha. Em 2010, dos 18 que tentaram a reeleição, 13 foram
bem-sucedidos, ou 72%.
Nos oito estados onde há pesquisa, os projetos de continuidade passam
aperto. No Ceará, por exemplo, o candidato do PMDB ao governo, Eunício
Oliveira, segundo as últimas pesquisas de intenções de votos, tem larga
vantagem sobre Camilo (PT), candidato do atual governador Cid Gomes. A
análise do cenário eleitoral feita pelo cientista político Ricardo
Caldas, da Universidade de Brasília (UnB), destaca que há um desejo de
mudança tanto no plano estadual quanto no federal, expresso no
percentual de intenções de voto na candidata do PSB à Presidência da
República, Marina Silva. Na pesquisa Datafolha divulgada na última
sexta-feira, ela está empatada com a presidente Dilma Rousseff, com 34%:
“Muita gente que ia votar em branco ou nulo escolheu Marina para
protestar. De uma hora para outra, ela se tornou competitiva. Há uma
identificação forte de Marina com mudança, sem fazer juízo de valor”,
afirmou Caldas.
Ele ressalta, no entanto, que, nas eleições, a mudança não é
necessariamente para melhor: “As pessoas estão um pouco cansadas, há um
pessimismo generalizado. As pessoas querem mudança, mesmo que não seja
espetacular. E mudança pode ser para melhor ou para pior. No Distrito
Federal, por exemplo, o candidato de oposição, (José Roberto) Arruda,
lidera. Ele já foi situação e é ficha-suja”, disse ele.
Outro exemplo do aparente desejo de mudança é o Rio Grande do Sul.
Lá, a senadora Ana Amélia (PP) está em primeiro lugar nas pesquisas de
intenção de voto, com 39%. O governador Tarso Genro (PT), que disputa a
reeleição, está em segundo lugar, com 30%. Com informações do Globo.