O Papa Francisco lamentou o abandondo da tradicional prática cristã de
não trabalhar aos domingos, dizendo que isso tem um impacto negativo na
família e nas amizades. O pontífice viajou no sábado para Molise, uma
região rural no coração do sul da Itália onde o desemprego alto é
crônico. Ao dizer que os pobres precisam de trabalho para poder ter
dignidade, Francisco sustentou que a abertura de lojas e outros negócios
aos domingos como uma forma de criar vagas de trabalho, entretanto, não
é benéfica para a sociedade.
Francisco disse que a prioridade deveria ser "não
econômica, mas humana", e que o foco tem de ser colocado nas relações
familiares e de amizade, e não nas comerciais. "Talvez seja hora de nos
perguntarmos se trabalhar aos domingos é liberdade verdadeira", afirmou.
O Papa argumentou ainda que passar os domingos com a família e os
amigos é um "código ético" tanto para fiéis como para os que não creem.
Francisco, 77 anos, parecia recuperado de uma
série de doenças que o levou a cancelar diversos compromissos
recentemente. Ele viajou a Molise de helicóptero para um dia repleto de
atividades, incluindo um almoço com pobres e uma visita a uma prisão.
O pontífice demonstrava estar cheio de energia e
sorria ao cumprimentar o público. O Vaticano descreveu os problemas de
saúde como "moderados" e não deu mais detalhes. Numa fala de improviso, o
Papa encorajou os pais a passarem mais tempo com seus filhos.
"Desperdicem tempo com as crianças", afirmou,
acrescentando que gostaria de perguntar aos pais se eles "brincam com
seus filhos".
O Dia
http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2014-07-06/papa-francisco-defende-fim-do-trabalho-aos-domingos.html