Um meteoro da chuva das Delta Aquarídeas - Jimmy Westlake/Nasa |
A chuva de meteoros Delta Aquarídeas atinge seu auge na noite desta
segunda para terça-feira e o fenômeno poderá ser visto em todo Brasil.
Como o nome indica, ela parece ter origem, o chamado radiante, próxima
da estrela delta da constelação de Aquário, batizada Skat, que no Rio
de Janeiro surgirá no horizonte Leste por volta das 20h desta segunda e
ficará visível durante toda a noite.
Além de um céu limpo, com
poucas ou sem nuvens, para melhor observar o fenômeno é aconselhável se
afastar das luzes das cidades e procurar um lugar escuro, como um
sítio, fazenda ou mesmo uma estrada pouco movimentada. A previsão é de
que as Delta Aquarídeas exibam cerca de 20 “estrelas cadentes” por hora.
As
chuvas de meteoros são produzidas pela passagem da Terra por trilhas de
detritos e poeira deixadas por objetos, em geral cometas, que cruzam a
sua órbita em torno do Sol. No caso das Delta Aquarídeas, porém, os
astrônomos ainda não conseguiram identificar definitivamente qual seria
este objeto. As principais suspeitas recaem sobre o cometa 96P
Machholz. Descoberto em 1986 pelo astrônomo amador americano Donald
Machholz, o 96P Machholz é um chamado cometa de curto período, com uma
órbita que o leva pouco além de Júpiter em seu afélio, isto é, ponto de
maior distância do Sol, e o traz para mais perto que Mercúrio na maior
aproximação de nossa estrela, o periélio, a cada cinco anos
aproximadamente.
O auge das Delta Aquarídeas se segue ao pico de
outra chuva de meteoros menor, as Alfa Capricornídeas, registrado no
último sábado e também ainda visível no Brasil. Embora exiba apenas
cerca de cinco “estrelas cadentes” por hora em seu máximo, as Alfa
Capricornídeas produzem alguns dos maiores e mais brilhantes meteoros
de todas as principais chuvas vistas no planeta, que se acredita serem
fruto da quebra de metade do cometa 169P/NEAT há cerca de 5 mil anos. A
maior parte dos detritos deste evento, no entanto, só deverá cruzar a
órbita da Terra daqui a 300 anos. Assim, os cientistas esperam que as
Alfa Capricornídeas se tornem a principal e mais prolífica chuva de
meteoros no planeta entre 2220 e 2420
O pico das Delta Aquarídeas
também precede o auge de uma das mais famosas e aguardadas chuvas de
meteoros do ano, as Perseidas. Melhor observada no Hemisfério Norte,
que está no verão, e apenas nas latitudes mais ao Norte do Brasil, as
Perseidas deverão exibir até cem “estrelas cadentes” por hora este ano
no seu auge, previsto para a noite de 12 para 13 de agosto. Este ano,
porém, a visão dos meteoros das Perseidas será atrapalhada por uma
brilhante Lua cheia que também será a maior “superlua” de 2014. Este
fenômeno é registrado quando a Lua atinge sua fase nova ou cheia
próxima do perigeu, ponto em que está mais perto da Terra. Nestas
ocasiões, sua circunferência parece 10% a 15% maior do que a vista no
fenômeno inverso, a “microlua”, na qual a entrada da Lua nas fases
cheia ou nova coincide com o apogeu, ponto em que está mais afastada do
planeta.