O governador Cid Gomes (CE), que defende o apoio do PSB à reeleição
da presidente Dilma, está se preparando para deixar o partido. Contrário
à candidatura própria do governador Eduardo Campos (PE) ao Planalto,
Cid nã pretende esperar por uma intervenção no partido, como está
ocorrendo no Rio de Janeiro. A Executiva estadual do PSB vai reunir-se
hoje à noite quando a decisão poderá ser oficializada. O governador está
alinhado nesta posição ao ex-ministro Ciro Gomes, que foi impedido de
disputar as eleições presidenciais pela cúpula do PSB em 2010.
- Sempre tive uma posição pública, clara e transparente. A hora não é
agora. Devemos nos preparar para 2018. Não tenho como deixar de apoiar a
reeleição da presidente Dilma. Mas não quero criar inimizades. Quero
ficar ou sair em paz - diz Cid Gomes.
O governador não confirma a data do desembarque nem abre qual o
destino partidário de seus aliados e seguidores. Mas ele se queixa que
tem sido vítima daquilo que Eduardo Campos reclamou em relação ao PT
nacional e ao governo Dilma. Ele relata que todos os dias lê notícias de
jornais, contrárias às suas posições, que não recebem nenhum
desmentido. Cita a reunião em que o deputado Márcio França (PSB-SP) e o
secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, teriam tratado da filiação
da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins. E, os contatos que
socialistas teriam tido com o candidato de oposição local, o deputado
Heitor Férrer (PDT).
- Não tinha a menor intenção de deixar o PSB. Mas nos últimos dias
fui alvo de hostilidades sem qualquer desmentido da direção do partido.
Entendo isso como um gesto de hostilidade. Como não há desmentido,
subentendo que se trata de um convite para seguir outro rumo - afirma
Cid.
Ceará News/blog Panorama Político, de Ilimar Franco – O GLOBO