Com dois transplantes de pulmão realizados em dois dias seguidos, na
última segunda-feira (16) e terça-feira (17), o Ceará chegou a seis
transplantes neste ano. Faltando ainda mais de três meses para o fim de
2013, já superou o total de transplantes feitos em todo o ano de 2012 e
também o total em 2011. No ano passado, foram quatro transplantes. Em
2011, ano em que o Ceará inovou e fez o primeiro transplante de pulmão
das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, fechou também com quatro.
Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados no Hospital de
Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, ligado a Secretaria da Saúde
do Estado (Sesa), que é referência na assistência de alta complexidade
em pneumologia e cardiologia. Os pacientes transplantados nos dois
últimos dias – uma mulher de 60 anos que sofria de fibrose pulmonar, e
um homem de 61 anos que tinha enfisema pulmonar – estão reagindo bem aos
procedimentos. A paciente transplantada na segunda-feira (16) já
respira sem ajuda de aparelhos.
O coordenador do Programa de Transplante de Pulmão do Hospital de
Messejana Dr. Carlos Alberto Studar Gomes, o médico Antero Gomes Neto,
destaca dois fatos inéditos nos dois transplantes desta semana. O
primeiro foi o tempo entre as duas cirurgias, de um dia para outro.
Outro fato inédito foi a captação do órgão no Hospital Geral de
Fortaleza (HGF), de paciente vítima de Acidente Vascular Cerebral
hemorrágico. “O pulmão foi captado uma semana depois do AVC e estava
limpo”, informou o cirurgião, explicando que o pulmão é o órgão mais
vulnerável a problemas que comprometem a doação, principalmente devido a
infecção, e é o primeiro a se deteriorar no processo de morte
encefálica. “Isso demonstra o cuidado e o bom atendimento que o doador
recebeu no HGF”, atesta Antero Gomes Neto.
O Hospital de Messejana realizou no ano passado transplante de pulmão
em paciente do Rio Grande do Norte e, este ano, dois pacientes de
Pernambuco receberam novos órgãos. Além do Ceará, os transplantes de
pulmão são realizados apenas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo
e Minas Gerais. Na segunda e na terça-feira, quando foram realizados os
dois transplantes de pulmão, o HM também realizou dois transplantes de
coração, elevando para 17 o número de transplantes do órgão este ano no
Ceará.
Doação
Até a noite da última terça-feira (17), o Ceará realizou 886
transplantes de órgãos e tecidos durante o ano. São 193 transplantes de
rim, nove de rim/pâncreas, 17 de coração, 138 de fígado, seis de pulmão,
33 de medula óssea, dois de pâncreas isolado, dois de pâncreas pós-rim,
sete de valva cardíaca, 470 de córnea, sete de esclera e dois de osso. O
número de transplantes de medula óssea já é bem superior aos realizados
no ano passado, no total de 26. No primeiro semestre deste ano o Ceará
foi o Estado que mais fez transplantes de fígado no país, segundo o
Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), com 20,4 transplantes por
milhão da população (pmp), à frente do Distrito Federal, com 17,1, e São
Paulo com 15,1. Foi também o primeiro em transplantes de pâncreas,
realizando de janeiro a março deste ano 3,3 transplantes pmp, superando o
Paraná, com 2,7, e São Paulo, 1,4. O Ceará também ficou bem colocado no
país em doações de órgãos, com 19,9 doadores pmp, atrás apenas do
Distrito Federal, 28,0, e Santa Catarina, que registrou, conforme o RBT,
21,1 doações pmp. É preciso reforçar cada vez as doações porque há
pacientes aguardando a hora de sair da fila de espera por um órgão. Há
seis pessoas esperando doação de pulmão.
Assessoria de Comunicação da Sesa