Informações de que o governo aceitou autorizar reajuste nos preços da
gasolina e do diesel já fizeram os especialistas no setor projetar o
efeito no bolso do consumidor. A estimativa é de um aumento ao redor de
3,8% na gasolina e em torno de 4,8% no diesel.
A maior pressão para a alta dos combustíveis vem da valorização do
dólar. Nas contas de Walter de Vitto, analista do setor de petróleo da
consultoria Tendências, na quarta-feira, dia em que o câmbio chegou a R$
2,45, a defasagem entre o preço nacional e o da referência
internacional para a gasolina era de 24,8%, e o do diesel, maior ainda,
de 38,1%.
O especialista admite que não há necessidade de repassar toda essa
diferença ao preço porque há excesso na valorização do dólar. No
entanto, pondera que o câmbio não deve voltar ao patamar do início do
ano, de R$ 2.
Por isso, não haveria alternativa para o governo senão autorizar um
reajuste mais baixo, mas que representasse menor desequilíbrio nas
contas da Petrobras. Nas projeções da Tendências, o aumento nas
refinarias deve rondar os 7%, talvez um pouco mais alto para o diesel,
que se traduziria, nos postos, em 3,8% na gasolina e 4,8% no diesel.
A explicação é o fato de o preço da gasolina ter alto peso –
aproximadamente 3,5% – no indicador de inflação que serve de referência
para o Banco Central administrar o sistema de metas, o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). Enquanto o efeito do aumento da gasolina no
IPCA é direto e imediato, o do diesel – apesar do maior contágio para os
demais produtos – aparece diluído e defasado.
Fonte: Zero Hora