Margarida Neide | Ag. A TARDE |
A presidente Dilma Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem
pretende mexer no primeiro escalão agora. Em conversa de três horas com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, 24, Dilma
mostrou preocupação com a queda de popularidade do governo, observada
após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder, nesse momento, a
pressões por mudanças na equipe.
A portas fechadas houve muita reclamação sobre o comportamento do
aliado PMDB e também do PT. Não foi só: Dilma pediu ajuda a Lula para
"enquadrar" o PT, que, no seu diagnóstico, não está colaborando como
deveria para defender o governo e o plebiscito da reforma política. Para
a presidente, divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula"
prejudicam a governabilidade.
Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta, 25,
Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para
analisar o cenário político. Apreensiva, a presidente chegou a
perguntar a auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação
do governo, em meio à visita do papa Francisco ao Brasil.
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