“Luiz
Gonzaga – Crédito: Chico Albuquerque/Divulgação”
Foto retirada de http://www.joaoalberto.com/tag/luiz-gonzaga/ - Acesso em 25/01/2013
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Na campanha
eleitoral de 1954, a quietude da provinciana Coreaú foi quebrada pela caravana
da alegria. O inusitado evento, uma espécie de comício show, tinha como
estrelas reluzentes o “Rei do Baião” e o “Doutor do Baião”, respectivamente, Luiz
Gonzaga e Humberto Teixeira, este candidato a deputado federal e aquele o
sanfoneiro ícone do Brasil.
A antiga
Palma estava em festa, dois grandes mitos da música brasileira de então se
apresentavam na Praça da Matriz. O cenário era simples, porém altaneiro. Na
carroceria de um caminhão, Luiz Lua Gonzaga tocava sua famosa sanfona e cantava
um baião, o candidato Humberto Teixeira, advogado e compositor, cantarolava e
discursava para o público adulto. Enquanto uma interessante figura, que dividia
o palco com as luminosas estrelas, era admirada pela meninada. Tratava-se de um
anão com seu ritmado pandeiro e dança brejeira.
No curso da
pesquisa sobre as coisas e os fatos da Palma de ontem, nada escrito encontrei
sobre esse importante momento. Todavia, no universo da história oral, ouvi
muitos relatos acerca dessa graciosa visita. Tinha eu seis anos de idade, era tão
criança, porque pequeno ainda sou, mas lembro-me desse alegre acontecimento ocasionado
por essas três criaturas a procura de votos.
Destaco, por
ser relevante, que nas sessões lítero-musicais do Grêmio Literário Padre
Benedito do então Ginásio Nossa Senhora da Piedade, sempre uma música de Luiz
Gonzaga fazia parte da programação.
Relembrar é viver, diz um velho proverbio. Nesses encontros culturais, as
músicas do “Rei do Baião” mais cantadas eram: “No Meu Pé de Serra”, “Asa
Branca” e “Juazeiro”. Neste instante de
recordação, registro com grande satisfação alguns versos das citadas páginas
musicais: “Lá no meu pé de serra / Deixei
ficar meu coração / Ai, que saudades tenho / Eu vou voltar pro meu sertão
/...”; “Quando olhei a terra ardendo / Com a
fogueira de São João / Eu perguntei a Deus do céu, ai / Por que tamanha
judiação/...”; Juazeiro, juazeiro/ Me
arresponda, por favor, / Juazeiro, velho amigo, / Onde anda o meu amor / ...”.
(Versos retirados de: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47081/;
Acesso em 26/01/2013).
O Brasil
inteiro tem homenageado o saudoso Luiz Gonzaga Nascimento, o Gonzagão, pelo
centenário de sua natividade. A velha Palma presta, também, sua homenagem ao
grande nordestino que elevou às alturas os ritmos do sertão.
Fortaleza,
26 de janeiro de 2013.
Leonardo
Pildas