O ser humano não é grande nem pequeno, mas
apenas sujeito do tempo. Egoísta e vaidoso, na sua insignificância, ele se
veste da prepotência, querendo ser onipotente... Neste afã, revela a pobreza de
espírito que domina suas ações e o seu caminhar.
Quantos se acham largos e poderosos a ponto de
não considerarem o peso das normas, a nobreza da ética e os limites humanos?
São tantos... Alguns possuidores de alto saber; outros com pouca sabença, mas
ancho de direitos.
Muitos transpõem os umbrais da Universidade,
porém só alisam os bancos de faculdades. Jamais alcançam a essência do
conhecimento, nem em “Sensu
stricto” nem em “Sensu
lato”. Por isso não
conseguem assimilar certas atitudes derivadas do ensinamento acadêmico, quer da
área específica, quer da seara universitária no seu elevado contexto. Assim,
deixam de cultivar a “Veritas” e esnobam a “Vanitas” por simples fome de poder
e mania de grandeza.
É preciso conhecer esta verdade expressa no Livro do Eclesiastes,
capítulo 1, versículo 2: “Vanitas vanitatum, et omnia vanitas” = “Vaidade das vaidades, tudo é
vaidade.”
Neste tempo de balanços devido a proximidades de
dois grandes eventos: o final do ano corrente e a aurora de um novo quadriênio
administrativo, achei oportuna esta reflexão.
Finalizando este escrito, parece-me consentâneo,
registrar, aqui, com certo relevo, parte dos versos do último terceto do belo
soneto “Vanitas” do imortal Olavo
Bilac, in "Poesias", disponível em
“http://www.citador.pt/poemas/vanitas-olavo-bilac”: “(...).
E o Poeta/Pensa que vai cair, exausto, ao pé de um mundo,/E cai - vaidade
humana! - ao pé de um grão de areia...”
Fortaleza, 25 de novembro de
2012
Leonardo Pildas