As empreiteiras concentraram suas doações eleitorais nas direções partidárias em 2012. Em vez de pulverizar recursos entre candidatos e comitês de campanha, as empresas de construção optaram por centrar seus esforços nas cúpulas dos partidos. Acabaram responsáveis por 49% de tudo o que as agremiações partidárias receberam de pessoas jurídicas na eleição. Essa dependência dos partidos de dinheiro de empresas que realizam obras públicas pode provocar conflitos de interesse na hora de os prefeitos eleitos abrirem licitações e concessões
Na prática, a estratégia das empreiteiras de doar para os partidos facilita o caminho para o surgimento de eventuais “caixas pretas” - pois torna difícil saber qual candidato, em que cidade, recebeu recursos. São as chamadas doações ocultas.
Os dados que mostram a concentração das doações de empreiteiras nas receitas obtidas pelos partidos nas eleições de 2012 fazem parte de uma nova parcial da prestação de contas, publicada terça-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles não incluem receitas e despesas dos cem candidatos que disputaram o segundo turno. Além disso, faltam dados de candidatos, comitês ou diretórios partidários que extrapolaram o prazo de entrega da prestação de contas para o tribunal. Em dinheiro, as empreiteiras doaram R$ 270 milhões às direções estaduais e nacionais dos partidos.
Fonte: Jangadeiro Online