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24/10/2012

O CAMPO E A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA


Ao comentar sobre a nova gestão e o que se espera da prefeita eleita de Coreaú, muitos pais e jovens destacam a necessidade, urgente, da criação de empregos, que evitaria a migração de muitos dos nossos conterrâneos para os grandes centros urbanos.
 Quando perguntamos que tipos de empregos a nova gestão pode incentivar e gerar em Coreaú? A resposta apresenta-se quase de forma unanime: “TRAZER UMA INDÚSTRIA”, seja ela qual for (calçados, têxtil, moveis, etc). Espero estar enganado, mas um desejo e um sonho distante. Para que uma indústria de pequeno a médio porte venha a se estalar em nosso município precisaria de um incentivo fiscal considerável, ou, a não se que venha, apenas, com uma visão social e com um único objetivo: A geração de emprego (condição essa que não representa o interesse primordial de um industrial).
Para muitas empresas torna-se mais viável sua instalação em cidades polos como Sobral ou Tianguá. Mas o que nos restar? O que esperar?
Coreaú estar, privilegiadamente, instalado em um vale com grandes potenciais para geração de emprego e renda. Se pararmos para pensar, temos um enorme potencial hídrico, dois grandes reservatórios (açudes Angicos e Diamantes) e um rio perene (juazeiro) que ainda estão subutilizados.
Quando andamos na feira de nosso município, afirmo sem medo de errar, que 97% (ou mais) das frutas, verduras, legumes e hortaliças são derivadas de outras cidades. A partir dai faço a seguinte pergunta: Temos água, temos terra, temos mão de obra ociosa. ENTÃO, O QUE ESTAR FALTADO?
Um dos maiores polos de fruticultura irrigada do Brasil (Petrolina/PE) tem um clima mais árido e seco que o nosso, com baixa precipitação pluviométrica, com um solo rochoso e sem vida, mas que a partir da boa vontade, um pouco de ousadia e um olhar fixo no futuro, transformou o que antes eram obstáculos em um oásis no sertão. E porque não tentar e ousar em nosso município?
Podemos aproveitar o potencial do rio Juazeiro, dos açudes Angicos e Diamantes para desenvolver a fruticultura irrigada e a piscicultura. Tenho certeza que essa transformação não acontece da noite para o dia, mas o primeiro passo precisa ser dado. Petrolina/PE iniciou a implantação dos primeiros lotes de fruticultura irrigada entre meados das décadas de 60 e 70.
Infelizmente, ao comentar com muitos estudantes da zona rural ou dos distritos de Coreaú sobre a importância de se especializar nas áreas das ciências agrarias, muitos fazem a mesma afirmação: “Meus avós e meus pais não ganharam dinheiro com a agricultura e nem com a pecuária”. Triste pensamento, mas é verdade. As formas atuais de trabalhar com a terra nos levar a acreditar na falsa afirmação. “Que a vida no campo é sinônimo de pobreza, de miséria, de vida sofrida!” É triste que muitos pensem assim.
Apesar da seca que vem assolando o Nordeste brasileiro, nosso rio Juazeiro continua escorrendo para o mar, os açudes Angicos e Diamantes estão com suas águas paradas servindo apenas para refletir estrelas, enquanto nossos conterrâneos migram para outras terras atrás de uma vida melhor.
            Segundo Batista de Lima em seu texto publicado no Jornal Diário do Nordeste, caderno 3, no dia 23 de outubro de 2012.  “O êxodo do campo para a cidade não é mais por causa da seca, mas principalmente por falta de perspectivas, diante das incertezas que o interior ainda prescreve para os nativos. As estradas asfaltadas não estão escoando produção, porque ela não existe. Essas estradas são artérias abertas por onde sangra a mão-de-obra barata para as cidades”.       

            Deixo o seguinte questionamento: Temos água, temos terra, temos mão de obra ociosa. ENTÃO, O QUE ESTAR FALTADO?

Francisco Messias
Zootecnista. Mestre em Ciência Animal
Professor do IFCE
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