Li um artigo no blog Papo de Homem sobre os 7 mitos do machismo. Me senti na obrigação de reproduzir alguns trechos pra vocês.
Segundo o artigo de Vanessa Guedes, "o sexismo padroniza as pessoas e nos coloca em caixas estereotipadas que afetam a maneira como vemos o mundo". Por isso é bom pensar antes de repetir alguns conceitos que aprendemos ainda criancinhas:
- Homem é tudo igual: a frase, geralmente, vem precedida da seguinte intepretação: todos os homens são “galinhas e sem caráter que só querem enganar as mulheres”. Por trás desta informação tem duas 'verdades' ocultas. A primeira é a aceitação, ainda que velada, de que todo homem é sacana e que, portanto, é uma questão de tempo ele pisar na bola. A segunda é de que homem que é homem não é sensível, não colabora com o trabalho doméstico nem prefere relacionamentos sérios.
- Mulheres preferem chocolate a sexo: numa sociedade em que a virilidade do macho é celebrada em detrimento do recato da mulher (o reforço do tal mulher pra casar e mulher pra transar), tal afirmação não leva em conta que as mulheres, por séculos, tiveram negligenciados o desenvolvimento pleno da sua sexualidade.
- Em briga de marido e mulher ninguém mete a mulher: infelizmente, as mulheres ainda são vistas como propriedades do marido, motivo pelo qual é frequente o número de homens que descontam suas frustrações espancando a mulher. "Se inferiorizar mulheres é machismo, se omitir frente a esse problema [uma cena de violência contra a mulher] também é [contribuir para o fortalecimento deste pensamento]".
- Quem estupra mulher feia merece um abraço: "Num país onde somos ensinados a não deixarmos ser estupradas ao invés de ensinar que estupro é crime, esse tipo de humor tem um valor simbólico imensurável para identificarmos que o machismo está aí, em homens e mulheres, e é tão naturalizado que pode vir em forma de risos."
- Mulheres são heroínas que trabalham, cuidam da casa e estão sempre bonitas: outra frase repleta de significados e que trazem prejuízos para ambos os sexos. No caso das mulheres, elas vêem com naturalidade o comprometimento do seu desenvolvimento na carreira (motivo pelo qual, hoje em dia, muitas desistem da maternidade). Já os homens se privam da experiência prazerosa de criar os filhos de forma presente.
Mudar valores é difícil, mas quando se tem consciência do que está embutido por trás de algumas afirmações 'despretensiosas' temos a obrigação de fazer a nossa parte - isso se quisermos uma sociedade mais justa e equânime.
Texto retirado do blog "FILOSOFIA E BATOM" Publicada no dia 14/07/2011
