"Antes
de ir ao que mais interessa, gostaria de frisar que falo a partir da
experiência de ter ajudado a pensar e efetivar um debate eleitoral (o
primeiro de nossa vizinha Alcântaras), o que me possibilitou grande aprendizado, sobretudo com nossas falhas.
No último pleito municipal em Coreaú, já esperávamos que um debate aqui
ocorresse. Faltou coragem! Hoje talvez reunamos mais condições para
concretizar tal façanha: temos a internet mais popularizada para
veiculá-lo (também) através dela; as condições técnicas para sua
organização estão mais acessíveis; vejo possibilidades maiores de
contarmos com os órgãos judiciais municipais, que decidiram este ano
tentar moralizar um pouco mais a campanha; enfim, a hora é agora!
Entretanto, tendo a coragem, resta a transparência e organização. Onde a
política anda tão acirrada e há tantos interesses em jogo, organizar um
debate é, sem sombra de dúvidas, um trabalho complicado e de grande
responsabilidade. Ora, o debate não pode ser tendencioso; as pessoas
devem se sentir contempladas nos pontos nele abordados, deve-se garantir
o máximo de controle e sigilo do processo. São tantas coisas para se
levar em conta, de modo a não permitir que o debate caia por terra,
antes de acontecer que urge já agora começar a pensá-lo.
O
primeiro passo é montar uma comissão organizadora – que vai criar as
condições para o debate. Nesta comissão o ideal seria que tivéssemos
representantes da sociedade organizada (ONGs, sindicatos, igrejas, etc),
e que se esteja em contato com a Justiça Eleitoral e o Ministério
Público; assim teríamos um excelente suporte. Aí se pode pensar a
programação, as regras, coletar as perguntas, encontrar um mediador (que
tenha condições de agir de maneira ao máximo neutra), um espaço,
construir as parcerias...
Enfim, sem mais delongas. O debate seria mais um passo rumo à
moralização da campanha, isto é, colocar em pauta o que interessa
realmente a todos: as propostas. Se há quem queira, deixo a convocação:
construamos!"