Três horas antes de encerrar o prazo final para cumprir a Lei de
Acesso à Informação, a Câmara e o Senado publicaram, na terça-feira, 31,
à noite, as tabelas com os salários dos servidores das Casas sem
identificar os nomes dos funcionários. A forma utilizada para divulgar
as informações blindou os servidores, impedindo o conhecimento da real
atividade por eles exercida. Na Câmara, foram citados apenas os cargos
genéricos, acompanhados do número da matrícula. No Senado, por sua vez,
eles foram ordenados por cargo. Nas duas Casas, o rendimento total bruto
não foi exposto.
A Câmara têm 170 servidores que ganham salário
líquido acima do teto bruto de R$ 26.723,13, de acordo com a
diretoria-geral da Casa. Desse total, 30 estão na ativa e 140 são
aposentados. Na Câmara, 1.300 funcionários ganham acima do teto, mas os
vencimentos são cortados pelo chamado abate-teto. Esse mecanismo não
incide sobre horas-extras, funções em comissão e abono de permanência. O
salário médio do servidor da Casa está em torno de R$ 16 mil. O maior
salário bruto é de R$ 43 mil e atinge 12 servidores.
Na tabela
divulgada na terça-feira, aparece, por exemplo, um analista legislativo
que entrou na Câmara em 1981 e ganhou um julho R$ 31.101,19 líquidos. A
soma dos vencimentos básicos e vantagens atingiu cerca de R$ 50 mil.
Sobre esse valor incidiram os descontos obrigatórios de Imposto de Renda
(R$ 10,6 mil), de previdência (R$ 2,9 mil) e o abate-teto (R$ 6 mil).
Fonte: estadao.br