A violência sexual contra crianças até os 9 anos representa 35% das
notificações. Já a negligência e o abandono tem 36% dos registros. Os
números são do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) do
Ministério da Saúde. O VIVA possibilita conhecer a frequência e a
gravidade das agressões e identificar a violência doméstica, sexual e
outras formas (física, sexual, psicológica e negligência/abandono). Esse
tipo de notificação se tornou obrigatório a todos os estabelecimentos
de saúde do Brasil, no ano passado.
Os dados preliminares mostram que a violência sexual também ocupa o
segundo lugar na faixa etária de 10 a 14 anos, com 10,5% das
notificações, ficando atrás apenas da violência física (13,3%). Na faixa
de 15 a 19 anos, esse tipo de agressão ocupa o terceiro lugar, com
5,2%, atrás da violência física (28,3%) e da psicológica (7,6%). Os
dados apontam também que 22% do total de registros (3.253) envolveram
menores de 1 ano e 77% foram na faixa etária de 1 a 9 anos. O percentual
é maior em crianças do sexo masculino (17%) do que no sexo feminino
(11%).
A maior parte das agressões ocorreram na residência da criança (64,5%).
Em relação ao meio utilizado para agressão, a força
corporal/espancamento foi o meio mais apontado (22,2%), atingindo mais
meninos (23%) do que meninas (21,6%). Em 45,6% dos casos o provável
autor da violência era do sexo masculino. Grande parte dos agressores
são pais e outros familiares, ou alguém do convívio muito próximo da
criança e do adolescente, como amigos e vizinhos.
Fonte: Portal da Ilha