Certa vez disse neste espaço, que quem mata não é à arma, e sim a cabeça pensante que a segura. Diante dessa colocação, também me sinto cúmplice, ou melhor, todos nós brasileiros somos co-responsáveis desses escândalos de corrupção. A nossa maior culpa é a omissão diante dos fatos. Muitas vezes nos calamos por comodidade e também por acharmos que nada muda.
Na época da campanha nas eleições para vereador, mesmo quando falava que iria lutar para mudar o triste quadro da política da nossa cidade, sempre ouvia um refrão dos eleitores comodistas: ‘nada muda, política é assim’. Realmente as coisas tendem a permanecer igual, não que mudei de opinião, ainda tenho a convicção de que estar na rua é mais digno do que ficar na janela vendo a ‘banda’ passar.
O Brasil, na minha concepção, está passando por uma situação vergonhosa no seu parlamento. Hoje existem poucas pessoas que podemos acreditar. Vejam só: os que faziam oposição ontem, hoje cometem os mesmos erros, e a oposição de hoje cometia no passado. Todos esses erros cometidos são porque fazemos política, não para quem dela necessita, mas sim para atender os nossos próprios interesses.
Às vezes, penso que estou jogando ‘pedra na lua’, ou quem sabe colocando uma gota d’água no mar. Quando vejo os Centros Educacionais de Medidas Socioeducativas lotados de adolescentes, os quais poderiam estar nas salas de aulas, em vez de ficarem por traz de grades, penso da tamanha injustiça que esses políticos causam à nossa população, ao usurparem os recursos necessários para solucionarem os problemas existentes. Para findar a minha participação, afirmo: não tenho telhado de vidro e o mar sem a minha gota é menor ainda.
(Carlos Teles, recebido por e-mail)