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20/08/2011

NOSSA HOMENAGEM AO DR. FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA

DESEMBARGADOR FEDERAL –TRT - 22ª REGIÃO

FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA, (VICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR DO TRT/PI), DOUTOR EM DIREITO CONSTITUCIONAL PELA UFMG, PROFESSOR DA UFPI E AUTOR DE VÁRIAS OBRAS E ARTIGOS  JURÍDICOS.
NASCEU EM FAMÍLIA HUMILDE NO INTERIOR DO CEARÁ, ENFRENTOU DIFICULDADES PARA ESTUDAR, MAS SE TORNOU JUIZ DO TRABALHO POR CONCURSO PÚBLICO.
LIDEROU A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE LEI QUE CRIOU O TRT-22ª REGIÃO E PRODUZ INTENSAMENTE, SENDO CONSIDERADO HOJE UM DOS MAIORES JURISTAS PIAUIENSES, RECONHECIDO NACIONALMENTE E POSSUI DIVERSAS OBRAS JURÍDICAS PUBLICADAS.

BIOGRAFIA

FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA nasceu em Campanário, município de Uruóca, no Estado do Ceará, a 26 de novembro de 1955. Com os pais, Francisco Rodrigues Lima e Maria Auta Conceição Marques Lima, viveu uma vida humilde na simplicidade do campo. Prejudicado pela falta de estrutura, característica da sociedade da zona rural brasileira da época, onde o Estado não atendia às necessidades mínimas de educação, o jovem Francisco recebeu apenas algumas noções básicas de alfabetização. As aulas ocorriam nas casas dos próprios voluntários que ministravam o assunto. Logo os professores, apesar da boa vontade, já não tinham o que ensinar à mente sagaz daquele aluno promissor. Foi com essas rasas noções que ele permaneceu até os 18 anos de idade. Só tendo atingido a maior idade, em 1973, aparece-lhe a primeira oportunidade: um comerciante, o Sr.Chico Vitor, convida-lhe a seguir viagem com destino a Coreaú. Motivado pela “sede de conhecimento”, Meton não titubeou. Chegando lá, ingressou no Grupo Escolar Vilebaldo Aguiar, onde fez todo o curso primário em apenas um ano. Já em 1974, passou ao ginásio municipal Nossa Senhora da Piedade, onde foi preparado para as provas do curso supletivo, do Projeto Minerva. Quem fosse aprovado teria o curso ginasial completo (1º e 2º Ginasial) e ingressaria no segundo grau. Da numerosa turma de Coreaú, apenas três obtiveram êxito, e, é claro, dentre eles figurava o destacado aluno Francisco Meton.
Em 1975, iniciou-se no segundo grau. Permanecia ainda na pequenina e pacata Coreaú, na escola normal. Ali cursou todo o primeiro ano, mas no ano seguinte mudou-se para a Casa do Estudante Secundarista do Ceará (CESC), em Fortaleza. Matriculou-se no Colégio Estadual João Hipólito onde cursou o segundo ano do segundo grau. Como na época o ensino público direcionava ao curso técnico, Meton optou por contabilidade.
Garoto de perspectiva ampla, ele foi cursar seu 3º ano no Colégio Esquema, instituição de ensino particular. Colégio de massas preparava turmas com mais de 80 alunos para o concurso vestibular da Universidade Federal do Ceará (UFC). Vale ressaltar que esta representava a única opção para aqueles alunos, visto que a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), instituição particular que é, era inacessível ao poder aquisitivo deles. Além de enfrentar a enorme pressão da concorrência do vestibular, Meton tinha de preocupar-se o que não lhe haviam oferecido seu primeiro e segundo anos (voltados para os cursos normal e técnico), apesar dos estudos autônomos que empreendera em história, geografia, português e até biologia.
O Brasil ainda vivia a ditadura militar e, por conseqüência, havia uma demasiada valorização das ciências ditas exatas, tais como a engenharia. A própria UFC já contava com as engenharias Civil, Elétrica, Mecânica e de Pesca. Meton, portanto, tinha em mente optar por engenharia civil ou elétrica. Contudo, já com a ficha de inscrição em mãos, Meton mudou de idéia ao ver “direito” como a primeira opção da lista. Conduzido por uma sábia intuição, decidiu-se pelas Ciências Jurídicas. Janeiro de 1978, o resultado da UFC é publicado e, para sua própria surpresa, Meton havia sido aprovado em 3º lugar para direito; de 60 questões da área de humanas, acertara 56.

O bacharelado em Direito e a aprovação no concurso

          Agora acadêmico de Direito, Meton mora na Residência dos Estudantes Universitários (REU). Durante os três  anos e meio de curso, foi assistente judiciário em 12 repartições públicas como voluntário (remunerado apenas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS). Trabalhou como revisor do Jornal Tribuna do Ceará, por fim, estagiou no Banco do Estado do Ceará (BEC). Foi assim que ele adquiriu toda a base de conhecimentos práticos sobre a realidade jurídica.

       Em julho de 1981, formou-se bacharel em Ciências Jurídicas. Logo em setembro, recebia sua carteira de registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em outubro, inscreveu-se no concurso para Juiz Substituto do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará). Já em novembro do mesmo ano, inscreveu-se para o mestrado em direito na UFC.

      É publicado o resultado do concurso em junho de 1982. Meton Marques conquista o primeiro lugar e é nomeado juiz substituto pelo então presidente da República, General João Batista Figueiredo. Cinco anos depois inicia na docência da UFC.Dr. Meton fez de Coreaú a base social e política de seus pais e irmãos. Para cá todos vieram e se estabeleceram, inclusive mantendo-se fiel eleitor de Coreaú até hoje.
     Mudou-se para o Piauí em 1989 e ali criou o Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região e sete Varas Federais do Trabalho, bem como o Ministério Público do Trabalho do Piauí, somando ao todo mais de mil cargos públicos  efetivos de altos salários. O TRT do Piauí foi eleito pelo Conselho Nacional de Justiça como um dos melhores tribunais do país. Meton dirigiu a Escola Judicial do TRT de 2006 a 2010, tendo inclusive construído sua sede própria, é titular da Universidade Federal do Piauí, cujo Curso de Direito venceu a todas as Universidades do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste, ficando atrás apenas da UNB, da USP e da UFMG, bem como colaborou na fundação de vários Cursos de Direito no Estado do Piauí.Leciona também no Mestrado da Universidade Autônoma de Lisboa e nas pós-graduações da OAB-PI, da OAB-Amazonas, Universidade Potiguar-RN,CEUT-Teresina, Christus-Ce e outras. Escreveu dez livros, um dos quais já em 13ª edição e três tiragens, o mais lido em direito do trabalho do Brasil. Cursou Mestrado na UFC e doutorado na UFMG. Foi juiz do trabalho no Ceará de 82 a 89, Desembargador Federal do Trabalho do TRT do Maranhão no ano de 1992, quando se efetivou como Desembargador  Federal do Trabalho do Piauí
    Homem culto, fino, polido, adquiriu uma intelectualidade de tal magnitude que seria alçado, por merecimento, à morada dos deuses, ou seja, o Olímpio, onde faria e teria, com justiça, seu domicílio. (José Gerardo Marques, in “Campanário”, Jornal “O Dia”, 14.01.1995).
     Certamente não se pode falar de Francisco Meton Marques de Lima de outra maneira, como se tem conduzido durante toda a vida, a sua grandeza de espírito, sua força de vontade, determinação, sua inteligência e visão, enfim todos os predicados que possibilitam ao homem fugir de uma existência linear e passageira para adentrar à imortalidade credenciam qualquer um a chamar-lhe, a despeito do que sua modéstia gostaria que afirmássemos, grande homem.

Sem dúvida, Coreaú foi o pontapé inicial em sua vida e  onde tudo começou.
Por Maria Leide Marques Lima
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