No lar do casal Antônio Teles Dourado e Flora de Queiroz Teles, na data de 3 de agosto de 1931, em meio as alegrias por sua chegada, abria os olhos para o mundo João de Queiroz Teles. Os familiares, cheios de contentamento, deram-lhe as boas-vindas.
Como o viver humano tem suas etapas, o infante João começava, naquele dia, escrever a sua história pessoal e coletiva. Vieram os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras letras... Caminhando, aproveitou as delícias da ditosa infância; crescendo, viveu com intensidade a irrequieta juventude; seguindo a caminhada, chegou à maturidade; aos sessenta anos, posou na excelência da vida, a velhice... Consigo trouxe tudo que conquistou durante a fértil jornada. Com a dignidade de sempre, atravessou, com relativo entusiasmo, mais um decênio. Agora, firme e forte, neste dia 3 de agosto de 2011, desembarca no clube dos octogenários, curtindo a experiência e a sabedoria que o tempo lhe ensinou.
Estudou em Coreaú e Sobral. Na terra natal com professoras públicas da época. Na cidade de Sobral, passou uma temporada estudando no Colégio Sobralense.
No decorrer de 1951, com vinte anos de idade, entrou para o quadro do fisco estadual, sendo nomeado Auxiliar de Fiscalização, com lotação na Coletoria Estadual de Coreaú. Como funcionário da Secretaria Estadual da Fazenda exerceu as funções de Escrivão, Coletor e Delegado. Foi Escrivão nas Coletorias de Caririaçu e Coreaú; Coletor Estadual nas Coletorias de Cariré, Tianguá, Sobral, Caucaia e de Parangaba (Fortaleza); Delegado Estadual da Fazenda nas cidades de Iguatu, Crato e Juazeiro. Após passar por todos os cargos mencionados, foi transferido para Fortaleza, para exercer a função de Fiscal de Empresa, permanecendo até sua aposentadoria.
Machado de Assis, in Contos Fluminense, 1870, afirma que: “O casamento é o remate natural da vida”. Impulsionado pelo romantismo que abrasava o seu coração juvenil e embalado pelo sonho maior da mocidade, aos 21 anos de idade, João Teles rumou célere para a vida a dois com sua amada Terezinha que vivia as primícias dos dezoito anos, selando, assim, aquele amor nascido do fulgor do flerte num encontro fortuito.
Casou-se, na Igreja da Sé, na cidade de Sobral, no dia 26 de outubro de 1952, com Terezinha Carneiro Teles, filha de José Carneiro de Albuquerque (Duda) e de Maria das Graças Fernandes Carneiro. “Da semente desse amor, brotaram 07 filhos, todos na fé de Cristo e nos ensinamentos de sua igreja”[1]: João Alberto Carneiro Teles, Carlos Alberto Carneiro Teles, José Carneiro Teles, Antônio Teles Neto, Francisco José Carneiro Teles (Sizé), Paulo Marcos Carneiro Teles e Flora Teles Carneiro. Todos casaram e multiplicaram-se, deles vieram os netos e os bisnetos, que ornam essa genitura.
Mesmo exercendo suas funções inerentes à fazenda pública estadual em outras cidades, a família permaneceu em Coreaú.
No fluir da década de 1960, deixou Coreaú com sua família, fixando-se na cidade de Tianguá. No final da citada década, radicou-se em Fortaleza. Porém conservou seu domicílio eleitoral em Coreaú.
Após alcançar a aposentadoria, embora residindo na capital do Estado, tem se dedicado à agricultura em terras de sua propriedade na localidade rural de Corredores, no município de Coreaú.
João de Queiroz Teles, com a voz firme e o coração em festa, proclame, em alto e bom som para as suas três gerações, a sentença ditada por Sêneca, in “Epistulae Morales”: “A vida é longa, se é plena”. Com a cautela própria da idade provecta complemente a máxima em relevo: desfruto essa longevidade, porque a minha vida até aqui, tem sido plena de realizações pessoal, conjugal e familiar.
Parabéns! Parabéns, provecto palmense!
Fortaleza, 26 de julho de 2011
Leonardo Pildas
Foto: Arquivo Memória de Coreaú
[1] Esta sentença foi retirada do livro “Bodas de Ouro – Terezinha e João Teles – 26/10/2002”, p.1, existente no Arquivo Memória de Coreaú.