Para a mídia da oposição, só existe uma herança deixada por Lula – a herança que ela mesma escreve. E ela, claro, só sabe falar mal.
Para essa mídia, não existe a herança de opção pelos pobres, que tirou 40 milhões de brasileiros da faixa da pobreza para elevá-los à classe média. Não existe o fortalecimento do mercado interno, cada vez mais invejado (e cobiçado) por outros países. Não existe o maior PIB da história brasileira pós-ditadura. Não existe o presidente que soube enfrentar a “tsunami” financeira mundial, transformando-a em “marolinha”. Não existe o nosso maior líder no cenário internacional, que deu altivez à nossa política externa e deu contribuição consistente para a formação do G-20. Não existe o reequilíbrio das regiões brasileiras, com um novo Norte-Nordeste em condições de oferecer vida digna a seus filhos e podendo até trazer de volta os que, anos antes, tiveram que sair em busca do “Sul maravilha”. Não existe um Centro Oeste explodindo de riqueza, com sua produção rural alimentando meio mundo. Não existe a defesa intransigente do pré-sal nem o engrandecimento da Petrobras. Não existe a grande transformação da nossa educação, começando a se preparar para maiores desafios econômicos e sociais. Não existe a Copa 2014 nem a Rio 2016, que já estão garantindo fluxo intenso de investimentos e dando nova cara à nossa infraestrutura (sugiro um passeio pela Zona Oeste do Rio para ver de perto o que isso começa a significar). Não existe o Bolsa Família, nem o PAC, nem a nova política habitacional, nem uma economia muito bem conduzida, não existem os 8 anos que fizeram o Novo Brasil. A única herança de Lula, para a mídia de oposição, são as alianças que fez, para garantir governabilidade, com partidos tachados como “fisiológicos” – mais uma injustiça, já que Lula herdou essa prática de todos os seus antecessores. Aliás, infelizmente, isso é uma “herança” da própria democracia representativa.
Apesar de toda a campanha contra, Lula conseguiu eleger Dilma para sucedê-lo. Inicialmente, ela era tratada como marionete, burocrata, politicamente despreparada para o cargo. Ninguém foi capaz de dar valor a seu trabalho na Casa Civil, e pré-anunciavam uma administração fracassada. Espertamente, Dilma tratou de passar a mão na cabeça da classe média mal amada – e deu certo. Deu certo até demais. Tanto que os eternos “revoltosos” estão utilizando o lado “ético” do discurso de Dilma para montar uma armadilha – seja para ela mesma, seja para Lula e todo o PT. O ideal oposicionista seria usar a “faxina ética” para provocar o rompimento entre Dilma e Lula (puro delírio dos desesperados). Como isso é impossível, os lacerdistas de plantão esticam ao máximo o discurso “ético”, procurando tornar Dilma refém desse discurso. Como fizeram, por exemplo, Pedro Simon e Cristovam Buarque, que ao mesmo tempo em que pegavam carona no prestígio de Dilma tentaram colar na sua testa a ética como sua grande bandeira. Já dissemos aqui: ser ético não pode ser bandeira política, porque é obrigação de todo cidadão. Quem usa esse artifício quer imobilizar a política. Em 92, quando o PT, navegando na campanha anti-Collor, inventou o slogan “Honestidade tem Cara”, fui contra. Queriam usar esse conceito para a campanha de Benedita, mas preferi o conceito de “cara do Rio” (“Benedita – Prefeita pro Rio” era o slogan). Essa história de herança maldita deixada por Lula é pura jogada política. E por falar em jogada, há quem ache que a grande herança maldita que Dilma recebeu foi o Mano Menezes na seleção...
HAYLE GADELHA
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