A internet está a afectar o modo como o ser humano se lembra das coisas, revela um estudo publicado na revista "Science". O lado positivo é que, ao mesmo tempo, foram desenvolvidas mais capacidades na procura de informação na rede. Segundo Betsy Sparrow, psicóloga da Universidade de Columbia e líder da equipa que estudou o "efeito Google" na memória humana, "embora já houvesse alertas para o facto de o homem estar cada vez mais dependente das informações online, até agora eram poucos os estudos a confirmá-lo". A equipa de investigadores concluiu que a internet é como um prolongamento externo da memória e testou os seus efeitos em mais de cem estudantes de Harvard.
Os voluntários que sabiam que a informação sobre a qual eram questionados poderia estar disponível online não se lembravam tão bem da resposta como quando sabiam que a mesma não estaria disponível. Quando foi dito a metade dos estudantes que guardassem a resposta num ficheiro no computador e aos restantes foi dito que o ficheiro seria apagado, os que sabiam que não teriam a informação disponível tiveram melhor desempenho nos testes.
Outra das conclusões a que a equipa chegou foi que as pessoas podem não se recordar de como obtiveram determinada informação, mas têm tendência para se lembrar de como encontrar os dados que precisam para chegar à resposta certa. Sparrow afirma que as pessoas deixaram de memorizar a informação por acreditarem que podem alcançá-la devido às suas capacidades de busca. Sara Pereira
Fonte: ionline