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13/07/2011

EDUCAÇÃO, VIOLÊNCIA E MORTE

O acidente com o nosso amigo Luciano levanta a pauta sobre a violência no trânsito, sobre a educação e também sobre as razões que levam o homem, o sexo masculino a morrer mais cedo.
É doloroso ver um jovem partir, levando consigo seus ideais, seus anseios, deixando uma dor profunda e uma saudade irreparável em seus familiares. Luciano, 30 anos, deixa sua esposa e dois filhos, dentre eles, uma criança de poucos meses.
Uma coisa é certa. A morte de Luciano vai doer e durante muito tempo, entre seus familiares, amigos, entre o povo de Coreaú, mas entrará também nas estatísticas de morte no trânsito e sendo a vítima, o homem.
Onde estarão as razões de tanta morte no trânsito? De tanta violência nas ruas? De tanto descaso das autoridades para com os índices alarmantes de vitima do trânsito? Por que se morre tanto no trânsito das grandes, médias e pequenas cidades e nada é feito?
Há dados que mostram o número crescente de acidente no trânsito, principalmente, quando se tratam de homens e motos, homens e violência no trânsito. É preocupante saber que mortes causadas por acidente com motos já chegou há muito tempo no interior e as autoridades não enxergam.
Os acidentes fatais ou não, envolvendo motos marcaram nos últimos tempos uma estatística nefasta também em Coreaú, assim como no resto do Brasil. Com toda a publicidade, com todo assédio para uma venda desenfreada de motos, houve uma explosão no crescimento de mais 2.000%, na última década. Vender e não ter a vergonha de vender e não querer saber as conseqüências é que se tornou fácil adquirir um veículo fascinante, porém altamente perigoso e mortal.
Sem transporte público de qualidade e completamente deficiente, educação zero no trânsito e uma facilidade de financiamento, a compra de uma moto se tornou acessível e sem controle.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que em 2008/2009 as mortes em acidentes com motos no Brasil representavam aproximadamente 25% do total de óbitos no trânsito. Em 2000, eram apenas 9%. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada 90 segundos morre um motociclista no mundo.
Levantamentos apontam que esse tipo de acidente provoca consequências permanentes a 100 mil brasileiros por ano, 4 mil com sequelas graves como paraplegia ou tetraplegia. De cada 100 acidentes com motos, há vítimas em 71 e 16% dos motociclistas acidentados estavam na garupa. Apenas 5% do total de vítimas não sofrem danos físicos. Tudo agregado a custo elevado na seguridade social, mais precisamente na previdência social – seguro acidente, auxílio-doença e pensões, etc..
Existem alguns fortes argumentos e dados estatísticos para apontar que é fundamental a necessidade de implementar ações sobre educação, violência e saúde no trânsito. Os governos, sejam de que esfera for, podem modificar as estatísticas. Há vários pontos a serem considerados para amenizar as questões relacionadas ao trânsito, no caso em tela, as motos.
Se é para vender motos e mais motos, que sejam capacitados os motociclistas e reeducados os motoristas de automotores, que sejam feitos exames diferenciados e mais rigorosos, que seja obrigado, aos fabricantes de motos, a custearem a saúde pública, ou outro meio que imponha alguma responsabilidade que não seja somente a comercial, que sejam fiscalizadas as emissões de carteiras de habilitação, dentre tantas outras ações.
A responsabilidade é de todos, é preciso conscientização, educação oficial, é preciso autoridades policiais educativas e menos coercitivas, é preciso um trânsito fiscalizado e não monitorado com intuito de arrecadar multas, é preciso saber que a vida é um bem precioso e que pode estar em risco. Finalmente, épreciso que seja feito algo e com urgência para diminuir as estatísticas, cada vez mais assustadoras, envolvendo motos.
Vale a pena ressaltar, que mortes por acidente com moto, elevam as estatísticas de que os homens continuam morrendo mais e mais cedo do que as mulheres, ou seja, os homens, por questões de causas externas( morte sem doença) vivem menos do que as mulheres. É bom ressaltar que as políticas públicas se materializam através da ação concreta de sujeitos sociais e de atividades institucionais dentro de um contexto e condicionam seus resultados.
Que Deus receba Luciano e que Deus nos abençoe aqui na terra e nos proteja de tanta violência, impunidade e descaso com a vida.

Reginaldo Vilar Fontenele de Albquerque
Procurador Jurídico, Advogado, Professor Universitário. Mestrado em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Direito e Processo do Trabalho Pela Universidade Federal do Piauí e Especialista em Gestão Empresarial pela Universidade Estadual do Piauí.


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