Em dez anos (2000 a 2010), o Ceará reduziu de 26,5% para 18,8% o índice de analfabetismo de pessoas a partir dos 15 anos de idade. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), baseados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do avanço, mais de um milhão de cearenses, nessa faixa etária, ainda não sabem ler e nem escrever um bilhete simples em português, idioma oficial do País, critério básico para ser considerado alfabetizado, segundo o IBGE.
De acordo com o Ipece, em 2000, a população residente de 15 anos ou mais era de 4,9 milhões de habitantes, sendo que 3,6 milhões eram alfabetizadas, representando 73,5% da população e 1,3 milhão analfabetas. Em 2010, os números melhoraram. Para a mesma faixa etária, num total de 6,2 milhões de pessoas, 5,08 milhões sabem ler e escrever, num índice de 81,2% positivo.
Redução
Outros 1,1 milhão ou 18,8% não são alfabetizadas. O Ipece reafirma o constatado pelo IBGE que durante a década, todos os municípios do Estado apresentaram uma redução em suas taxas de analfabetismo, mas é preciso evoluir mais.
Para educadores, melhorias na gestão e no acompanhamento das escolas são fatores essenciais para o avanço positivo dos índices de alfabetização nos 184 municípios. Fortaleza foi um dos que mais apresentaram melhorias. Em 2000, o índice de analfabetos na Capital era de 11,2. Em 2010, esse porcentual caiu para 6,9%.
Melhores
Além de Fortaleza, Pacatuba, com índice de 9,4%; Maracanaú (9,7%); Caucaia (12,9%); Eusébio (13,5%); Crato (15,0%); Maranguape (15,4%); Horizonte (15,7%); Juazeiro do Norte (16,2%) e Sobral (17,0%) apresentaram as menores taxas de analfabetismo em dez anos.
Além de Fortaleza, Pacatuba, com índice de 9,4%; Maracanaú (9,7%); Caucaia (12,9%); Eusébio (13,5%); Crato (15,0%); Maranguape (15,4%); Horizonte (15,7%); Juazeiro do Norte (16,2%) e Sobral (17,0%) apresentaram as menores taxas de analfabetismo em dez anos.
Enquanto que Salitre (39,9%), Granja (38,6%); Coreaú (36,8%); Quixelô (36,8%); Uruoca (36,5%); Graça (35,7%); Croatá (35,5%); Barroquinha (35,5%); Tarrafas (35,5%) e Parambu (35,1%) têm as maiores taxas de analfabetismo no período.
Segundo os dados de 2000, apenas quatro municípios possuíam taxas de analfabetismo inferiores à 20%: Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba e Caucaia. Em 2010, 18 municípios apresentaram taxas de analfabetismo inferiores a 20%.
"O que constata a melhoria da situação em nosso Estado. Mesmo que a gente ainda enfrente quadros bem opostas", avalia a doutora em Educação, Maria Teresa Cavalcante.
"O que constata a melhoria da situação em nosso Estado. Mesmo que a gente ainda enfrente quadros bem opostas", avalia a doutora em Educação, Maria Teresa Cavalcante.
A família de José Afonso da Silva, do bairro Ellery, vive as duas realidades. O patriarca José Afonso, de 66 anos não sabe ler e nem escrever, enquanto o filho, Pedro Henrique, de 18 anos, sonha em cursar a faculdade de Engenharia.
"Eu tive que trabalhar desde os oito anos de idade, na roça com meu pai, mas faço de tudo para que meus filhos sejam doutores", ressaltou.
Fonte: Diário do Nordestes 01/06/2011