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06/04/2011

ENTRE O PASSADO E O PRESENTE

Maria Ivete Albuquerque

Trabalhar com a memória requer certos cuidados. Não podemos tratar a fonte oral da mesma forma que trabalhamos a fonte escrita ou qualquer outra, porque o processo da memória, no seu ato de lembrar, vai se motivando, construindo sentimentos.
Por meio da história, as pessoas comuns procuram compreender as mudanças em que passam em suas vidas. O desafio da história oral relaciona-se, em parte, com essa finalidade essencial na história. Essa é uma importante razão por que ela tem exercitado tanto historiadores e amedrontado tantos outros. A esse respeito percebemos o quanto é importante o historiador utilizar metodologias que inclui documentos escritos e fontes orais para construir sua pesquisa.
Nos depoimentos de pessoas nas calçadas, nas praças, com os mais velhos, que conhecem a história local toma-se conhecimento sobre o Bar da Perdição que existia em Coreaú. Bar esse que ficava localizado na Av. Antonio Cristino Meneses, atualmente Loja da Credinorte.
No ato de lembrar sobre os velhos tempos em coreaú uma moradora da cidade relatou que esse Bar recebia esse nome porque na parte interna havia várias fotos de mulher nua e os homens da cidade e localidade iam beber lá para saborear com os olhos aquelas belas fotos, como também, uma casa de jogo que ficava nos fundos do bar.  Argumentando ainda que nesta época a luz era PRETOMARC ou seja, era bombeada para acender, sua iluminação era como a de uma florescente.
No ato de lembrar fala ainda sobre o passeio que a juventude fazia naquela época, passando em frente ao bar, pois era a única iluminação que beneficiava aquele passeio que se encerrava as 19:00hs. Muito diferente, hoje os jovens se divertem através de transporte como: carro e moto, deixando de lado tudo de belo que tem em nossa cidade que são as praças para se reunirem e bater aquele belo papo.
Lembra ainda à moradora que nada mais encantador do que a coluna da hora onde funcionava uma Radiadora, tendo como locutor o Sr. Antonio Ferreira e quando alguém enviava uma mensagem era em segredo de alguém para alguém, e esse alguém já se tocava porque ele falava a cor de sua roupa. E logo depois enviava a música para o alguém, e os jovens continuavam a dar voltas na praça e era ai que começavam as paqueras. Diz a moradora, atualmente vêem-se em que os jovens não conseguem, mas se deliciar se espelhando nestes velhos tempos, tudo é antigo para a juventude de hoje.
Deste modo, reportando-se a Halbwachs1, Ecléa Bosi2 afirmando que a memória individual está amarrada à memória do grupo e “esta última à esfera maior da tradição, que é a memória coletiva de cada sociedade”. Assim, a memória é compreendida enquanto “quadros sociais”, em que não são as relações decorrentes do mundo pessoal, individual. Diz a autora: “A memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a família, com a classe social, com a escola, com a Igreja, com a profissão; enfim, com os grupos de convívio e os grupos de referência peculiares a esse indivíduo”.
Através da memória social é possível, então, recuperar o vivido conforme a concepção de quem viveu como destaca Rousso3, “garantir a continuidade do tempo é permitir resistir à alteridade, ao ‘tempo que muda’, às rupturas que são o destino de toda vida humana”.
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