Somente no fim do dia de hoje os brasileiros vão saber quem será o seu presidente nos próximos quatro anos. Mas nem será preciso abrir as urnas para se saber quem foi, realmente, o grande vencedor nessa eleição, uma das maiores e mais democráticas, na qual o Brasil mostrou que está empanzinado de democracia, como prometia o general Figueiredo.
Na verdade, vença Dilma ou vença José Serra, quem ganhou mesmo a eleição, de lambuja, foi o PMDB. É ele o partido que vai continuar mandando no governo. Essa história de dizerem que só a candidata do PT teria apoio maciço do Congresso, já que a chamada base aliada fez mais de 350 deputados, e a maioria absoluta dos senadores é balela.
O glorioso partido de Ulisses Guimarães não hesitará em patrioticamente assegurar a maioria a q uem ganhar a eleição de hoje e ainda em submeter-se ao sacrifício de tomar conta de grande parte do poder, emprestando a sua competência da gestão de um imenso naco do poder, tomando conta dos melhores ministérios, das empresas estatais mais ricas e dos demais segmentos poderosos do poder.
Tem sido assim desde que os caciques do grande partido constataram que não mais dispõem de nomes de prestígio nacional capazes de chegar à Presidência da República pelo voto. O PMDB, hoje, é um amontoado de partidos sob uma legenda única, sem um só líder nacional. Um ajuntamento de caciques estaduais, cujas lideranças se concentram nos limites dos seus estados, quase sempre os mais atrasados do País.
Doutores em sobrevivência, os caciques do PMDB tiram proveito do fato de que, seja quem for, o novo presidente não terá condições de governar sem a sua ajuda. E é aí que oferece sua contribuição desinteressada ao País. Asseguram a maioria parlamentar ao Executivo, faz o que ele manda. E ainda aceitam o ônus de assumir uma grossa fatia do poder, maior do que a destinada ao partido do próprio presidente eleito. A maioria no Congresso está aí à disposição de quem ganhar a eleição de hoje.
É só pagar o preço. E nem Serra nem Dilma estariam dispostos a incorrer no mesmo erro de Jânio e Collor, que não quiseram acertar as contas e foram para o brejo. Como Itamar, FHC e Lula, o ganhador de hoje vai ter o apoio da maioria no Congresso, formada pelo PMDB e outros tantos nanicos e semi-nanicos. Alguém de sã consciência pode pensar algum dia em Sarney, Renan Calheiros, Michel Temer, Jucá, Barbalho e tantos outros fazendo oposição ao governo?
É verdade que muita coisa pode mudar nesses próximos quatro anos. Mas nada que possa alterar os fundamentos da sobrevivência das oligarquias fundadas no favoritismo e no fisiologismo. Do ganhador de hoje não se esperam grandes muda nças na saúde, na educação, na segurança, nem no combate à corrupção e impunidade nacionais. Só uma coisa tem a garantia de crescimento: o assistencialismo.
Na verdade, vença Dilma ou vença José Serra, quem ganhou mesmo a eleição, de lambuja, foi o PMDB. É ele o partido que vai continuar mandando no governo. Essa história de dizerem que só a candidata do PT teria apoio maciço do Congresso, já que a chamada base aliada fez mais de 350 deputados, e a maioria absoluta dos senadores é balela.
O glorioso partido de Ulisses Guimarães não hesitará em patrioticamente assegurar a maioria a q uem ganhar a eleição de hoje e ainda em submeter-se ao sacrifício de tomar conta de grande parte do poder, emprestando a sua competência da gestão de um imenso naco do poder, tomando conta dos melhores ministérios, das empresas estatais mais ricas e dos demais segmentos poderosos do poder.
Tem sido assim desde que os caciques do grande partido constataram que não mais dispõem de nomes de prestígio nacional capazes de chegar à Presidência da República pelo voto. O PMDB, hoje, é um amontoado de partidos sob uma legenda única, sem um só líder nacional. Um ajuntamento de caciques estaduais, cujas lideranças se concentram nos limites dos seus estados, quase sempre os mais atrasados do País.
Doutores em sobrevivência, os caciques do PMDB tiram proveito do fato de que, seja quem for, o novo presidente não terá condições de governar sem a sua ajuda. E é aí que oferece sua contribuição desinteressada ao País. Asseguram a maioria parlamentar ao Executivo, faz o que ele manda. E ainda aceitam o ônus de assumir uma grossa fatia do poder, maior do que a destinada ao partido do próprio presidente eleito. A maioria no Congresso está aí à disposição de quem ganhar a eleição de hoje.
É só pagar o preço. E nem Serra nem Dilma estariam dispostos a incorrer no mesmo erro de Jânio e Collor, que não quiseram acertar as contas e foram para o brejo. Como Itamar, FHC e Lula, o ganhador de hoje vai ter o apoio da maioria no Congresso, formada pelo PMDB e outros tantos nanicos e semi-nanicos. Alguém de sã consciência pode pensar algum dia em Sarney, Renan Calheiros, Michel Temer, Jucá, Barbalho e tantos outros fazendo oposição ao governo?
É verdade que muita coisa pode mudar nesses próximos quatro anos. Mas nada que possa alterar os fundamentos da sobrevivência das oligarquias fundadas no favoritismo e no fisiologismo. Do ganhador de hoje não se esperam grandes muda nças na saúde, na educação, na segurança, nem no combate à corrupção e impunidade nacionais. Só uma coisa tem a garantia de crescimento: o assistencialismo.
RANGEL CAVALCANTE
Fonte: Diário do Nordeste, 31/10/10
Pauta: Davi