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05/09/2010

SUGESTÃO DE LEITURA DO PROFESSOR DAVI

Brava gente

O país festeja neste Sete de Setembro mais um aniversário da Independência. E poucos dias depois, em três de outubro, mal saídos da festa cívica, mais de 135 milhões de cidadãos brasileiros irão às urnas para eleger um novo presidente da República, além de governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais. Poucos símbolos marcam mais fortemente a Independência de um país do que o direito de escolher pelo voto livre, secreto e soberano os seus dirigentes. Mas será que os nossos cidadãos já aprenderam a exercer de forma responsável e consciente esse direito sagrado que é o alicerce de toda democracia? O voto é a grande bandeira da liberdade e da independência. Mas por si só não garante que realmente um povo seja livre de verdade apenas porque tem a liberdade de decidir sobre quem deve governá-lo. É bom lembrar que alguns dos maiores tiranos da história surgiram do voto livre dos cidadãos. No mundo de hoje, cenário das maiores e mais importantes conquistas tecnológicas e científicas, esse voto tem servido para legitimar governantes e governos totalitários, ditaduras disfarçadas de democracia que não emergem das armas, dos golpes militares e de Estado. Surgem e se consolidam do voto da maioria dos cidadãos. Muitos setes de setembro ainda passarão para que os brasileiros tomem a exata consciência de que o voto popular só significa independência quando usado de forma consciente. Do contrário será sempre uma forma de escravidão.

A verdadeira Independência do Brasil não se completou com o grito de dom Pedro às margens do Ipiranga. Nem no decorrer desses quase duzentos anos. É preciso entender que país independente não é a mesma coisa que povo independente. Livrar-se do domínio do colonizador não é o bastante. É preciso romper com t odos os demais grilhões que continuam a nos manter escravos de outros senhores, a começar pela ignorância, o mal de todos os males, que atingem uma sociedade. Não é livre nem independente um povo que não sabe votar. Nunca na história do Brasil vimos o país mergulhado num mar de corrupção, criminalidade e violência como hoje.

Só na capital do país há mais de 20 mil pessoas na fila à espera de uma cirurgia nos hospitais públicos, às portas dos quais doentes morrem por falta de atendimento médico. Um de cada cinco brasileiros não tem água potável em suas casas. Metade dos municípios acumula lixo a céu aberto e 51% deles sofrem com inundações periódicas. Só em Brasília sete mil criminosos andam à solta porque os mandados de prisão contra eles não são cumpridos. A escola pública faliu O cidadão trocou a cidadania pelo clientelismo. Não reivindica nem vota pelo coletivo e sim pelo individual. Manter a esmola mensal que recebe do gove rno é mais importante do que gerar emprego. Tanto que mais de 50 milhões de brasileiros vivem hoje ganhando dinheiro sem trabalhar, à custa dos que trabalham e pagam os impostos mais escorchantes do planeta. Outros 19 milhões vivem abaixo da linha da pobreza, esperando entrar na classe dos "assistidos". E votam para que isso não acabe. Não é admissível que na capital do país cuja constituição assegura a todos o direito à busca da felicidade pelo menos sete mil criminosos estejam à solta, ameaçando os cidadãos, por falta de cumprimento dos mandatos de prisão emitidos contra eles pela Justiça. A poucos dias das eleições, o brasileiro não parece consciente de que o seu voto é uma arma poderosa, a espada de dom Pedro, que desde 1822 não foi ainda embainhada e continua simbolizando algo que não se completou: a verdadeira independência dos brasileiros.

Só chegaremos perto da verdadeira independência quando cada cidadão tiver a consciência d e que ela não se conquista mais pelas revoluções armadas, mas com a mais poderosa arma que o gênio humano já concebeu: o voto. Até lá muitos Setes de Setembro passarão. E o grito de Pedro I continuará ecoando no infinito.


RANGEL CAVALCANTE
ESPECIAL PARA O GENTE

Fonte: Diário do Nordeste,5/9/2010

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