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14/09/2010

O VOTO NO LIXO

Dá-se como certo que o palhaço Tiririca e o deputado Paulo Maluf estarão entre os dez candidatos a deputado federal mais votados no estado de São Paulo nas eleições do próximo dia três. Isso ocorre no estado mais desenvolvido e rico do País, onde vivem os brasileiros mais bem informados e que ocupa mais de dez por cento do total de cadeiras na Câmara Federal. Eles terão juntos em torno de dois milhões de votos, segundo os especialistas. Isso equivale mais ou menos a todo o eleitorado de Roraima, Acre, Amapá e Tocantins. O que leva o cidadão brasileiro a votar em candidatos com esse perfil? E por que os partidos políticos gostam tanto deles? A verdade é que não temos partidos políticos de verdade no Brasil. O que está aí é apenas um amontoado de legendas que abrigam os mais heterogêneos objetivos, quase sempre bem distantes dos verdadeiros interesses nacionais. Não existem entre os seus filiad os quaisquer afinidades ideológicas, filosóficas, éticas e mesmo políticas. São apenas amontoados de candidatos. Os caciques que controlam a política e os partidos precisam de votos para se manter no poder, coisa que nem sempre conseguem junto à parcela do eleitorado que ainda se mantém responsável e consciente do peso e do valor da sua maior arma que é o voto. Por isso recorrem aos mundos da palhaçada, gaiatice e da corrupção. E contam com um valioso aliado que é o voto proporcional. Ele explica o carinho que os nossos partidos dedicam aos palhaços e aos corruptos. Os primeiros recebem os votos dos cidadãos que pensam estar protestando contra os maus governos e, ao invés de sufragar um candidato sério, expondo com seriedade o seu protesto, achando que na gaiatice podem melhorar o País, jogam o voto no lixo. Já os corruptos recebem tratamento VIP porque gastam muito dinheiro na compra de votos, cujas sobras são a garantia da eleição dos cartolas que do minam os partidos e, através deles, o poder. Um Maluf garante a eleição de pelo menos mais quatro deputados federais com a lambuja de sua votação. Um Tiririca vai assegurar a eleição de mais dois ou três. E ainda temos outros grandes eleitores como a Mulher Melancia, o boxeador Popó, o Romário e o Ronaldo Esper, aquele costureiro que foi pego roubando jarros dos defuntos num cemitério paulista. O que mais assusta é que esses fatos não se registram nos chamados grotões de pobreza e miséria, onde ainda existem eleitores que não sabem de nada. Nem são privilégio dos 20 milhões de eleitores analfabetos que ainda temos. Ocorrem no poderoso e rico estado de São Paulo, onde há o maior eleitorado do País, onde ninguém vota enganado. Todo mundo conhece a ficha de todo mundo. O brasileiro precisa ler mesmo a Constituição do Capistrano de Abreu para não acabar dando razão ao Pelé, quando dizia que o brasileiro não sabe votar, ou àquele general que reclamav a do fato de que o voto dele valia o mesmo que o de uma lavadeira.

RANGEL CAVALCANTE,12/9/2010
Fonte: Diário do Nordeste
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