Filipe Monteiro
Como muitos de sua época, Caio Prado nunca cursou uma faculdade de História. Mas produziu obras de cunho histórico que marcaram o seu tempo. Formado em direito pela USP e membro de uma das mais ricas e tradicionais famílias de São Paulo, Caio fez uma verdadeira “mutação”, como afirmou Fernando Novais, ao cortar seus vínculos de classe e abraçar a causa revolucionária. Marxista, ingressou no PCB em 1931 e chegou à vice-presidência da Aliança Nacional Libertadora em 1935.
Sua visão de mundo, politizada e engajada, dominou grande parte de suas obras. Mas a cartilha soviética nunca ditou os rumos de seu trabalho. Tanto que seu livro de maior impacto, Formação do Brasil Contemporâneo, de 1942, que se tornou um marco da nossa historiografia marxista, refuta teses defendidas pelo Partidão. Caíto, como era conhecido, não fugia ao debate, fosse acadêmico ou político.
Pauta: Davi