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22/04/2010

VOU-ME EMBORA PARA A PALMA

(Davi Portela)

Vou-me embora para a Palma,

Lá sou capacho do “El-Rei”,
Terei cargo de chefia

No órgão que escolherei.

Vou-me embora para a Palma!
Vou-me embora para a Palma?

Não trabalho, mas eu ganho.

Na Palma, basta babar,

Pra ter emprego, só basta,
Ser grande bajulador.
Puxar saco, ser submisso
Dum chefe-vereador!


E venderei o meu voto

Por um pneu ou um bujão,

Ficarei encurralado,

Sem direito, meu irmão!

Mas serei o protegido,

Sem emprego, fico não!
E tenho me perguntado...
Para que estudo e a escola?
Já tenho o “bico” de pão...
Sem nunca ter estudado!
Não trabalho, ganho em casa,

É esta a minha esmola!

Vou-me embora para a Palma,

Lá, sou tudo, tudo posso,

Eu irei ser promovido,

Montarei o meu “negócio”.

A Palma é lugar bom

Pra quem quer roer o “osso”!

Na minha Palma, tem tudo:

Rodoviária caindo,

Tem lixo pra todo lado,

Porém, o povo tá rindo!

Escolas foram fechadas,
O estudante tá saindo
Pra outra localidade e

O estudo diminuindo.

Mas no tempo de eleição,

Basta vir o tal dinheiro,
O meu voto irei vender
Para qualquer farofeiro.

Estará à venda, vai tê-lo

Quem tiver o pé ligeiro!

Vou-me embora para a Palma

Lá sou amigo do “El-rei”

Terei cargo de chefia
No órgão que escolherei

Vou-me embora para a Palma.

Releitura do poema “Vou-me Embora pra Pasárgada”, do escritor modernista Manuel Bandeira.

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