- O que vai acontecer?
Pois as acauãs estão cantando um cântico agourento e esfingético na tarde modorrenta!
- Não vai ter bom inverno... vai ter estio...
Pois a barra do natal nasceu com o sol bem vermeio, no horizonte, em manhã cinzenta!
-Eu te esconjuro, diango!xô ave agoirenta!
Nextante a “rasga-mortalha”, espritada, passou por cima dos telhados, cantando aquele cântico triste e premonitório, adivinhando o quê e pra quem?
- O tempo vai mudar...
Pois os jumentos estão suando naquele sagrado lugar, onde se assentou Jesus Nosso Sinhô, quando, em fuga, saiu da Palestina!
- É tempo de chuva...
Pois os mandacarus estão florindo em pleno verão e os bodes estão saltitantes nos lajedos das chapadas da caatinga!
- Vem chuva... faça prece e devoção!
Assim disse o rei do baião: “Mandacaru quando fulora na seca, é o sinal que a chuva chega no sertão”, toda menina que enjoa da boneca, é sinal que o amor já chegou no coração”!
- O tempo vai mudar...pode crer!
O relâmpago tá pro nascente e o joão-de-barro tá, engenhosamente, construindo sua casa, com a porta virada pro sol poente, enquanto o cupim-de-asa levanta vôo, embalado no vento da cruviana.
- Vai chover... digo com precisão...
Pois as tanajuras ainda não caíram no oitão e os vaga-lumes estão luzindo na imensa escuridão onde merejam as pedras de sal, por obra e graça de Santa Luzia, enquanto o sertanejo acorda o algodoeiro, aos gritos e barafundas para despertar e acautelar os adormecidos capulhos mode o eclipse lunar.
- Vai ter enxurrada, vai ter enchente...
Pois os aruá puseram seus ovos no alto da ribanceira e as formigas operárias, que sabem a “folha que corta” estão, freneticamente, labutando pra depois hibernar, no tempo em que, na maior leseira, a “mãe-da-lua”, arriba d’um toco, mimeticamente, sem bater asa, espera o tempo passar!
Pois as acauãs estão cantando um cântico agourento e esfingético na tarde modorrenta!
- Não vai ter bom inverno... vai ter estio...
Pois a barra do natal nasceu com o sol bem vermeio, no horizonte, em manhã cinzenta!
-Eu te esconjuro, diango!xô ave agoirenta!
Nextante a “rasga-mortalha”, espritada, passou por cima dos telhados, cantando aquele cântico triste e premonitório, adivinhando o quê e pra quem?
- O tempo vai mudar...
Pois os jumentos estão suando naquele sagrado lugar, onde se assentou Jesus Nosso Sinhô, quando, em fuga, saiu da Palestina!
- É tempo de chuva...
Pois os mandacarus estão florindo em pleno verão e os bodes estão saltitantes nos lajedos das chapadas da caatinga!
- Vem chuva... faça prece e devoção!
Assim disse o rei do baião: “Mandacaru quando fulora na seca, é o sinal que a chuva chega no sertão”, toda menina que enjoa da boneca, é sinal que o amor já chegou no coração”!
- O tempo vai mudar...pode crer!
O relâmpago tá pro nascente e o joão-de-barro tá, engenhosamente, construindo sua casa, com a porta virada pro sol poente, enquanto o cupim-de-asa levanta vôo, embalado no vento da cruviana.
- Vai chover... digo com precisão...
Pois as tanajuras ainda não caíram no oitão e os vaga-lumes estão luzindo na imensa escuridão onde merejam as pedras de sal, por obra e graça de Santa Luzia, enquanto o sertanejo acorda o algodoeiro, aos gritos e barafundas para despertar e acautelar os adormecidos capulhos mode o eclipse lunar.
- Vai ter enxurrada, vai ter enchente...
Pois os aruá puseram seus ovos no alto da ribanceira e as formigas operárias, que sabem a “folha que corta” estão, freneticamente, labutando pra depois hibernar, no tempo em que, na maior leseira, a “mãe-da-lua”, arriba d’um toco, mimeticamente, sem bater asa, espera o tempo passar!
(Davi Portela)
