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25/04/2010

CHICO CRISTINO, O NESTOR DOS CRISTINOS DE MENEZES

Hoje, 25 de abril de 2010, a linhagem dos Cristino de Menezes está em festa. O ramo familiar nascido da cepa de Vicente Cristino de Menezes comemora, nesta data, os noventa anos de Francisco Nunes Cristino, o Chico Cristino, o Nestor dessa genitura.
Nestor, segundo o exponencial Buarque de Holanda, é velho prudente e experiente. Na mitologia grega, é o Rei de Pilos, filho de Neleu e Clóris. Conforme a tradição, este ente mitológico sobressaiu-se como guerreiro, marcando presença nos grandes acontecimentos de seu tempo. Figura dos poemas de Homero, ele desponta tanto na Ilíada quanto na Odisséia. Destaca-se, na Ilíada, como símbolo da prudência; enquanto na Odisséia, realça o gozo da vida familiar.
Com efeito, na singularidade de sua personalidade, o longevo Chico Cristino exibe duas características desenhadas no perfil desse mito grego: a prudência e o gosto pela vida familiar. É no recato do lar, no fluir dos dias, em meio à simplicidade de gestos e atitudes, que ele canta a canção da vida, seguindo o verso do viver tranquilo.
Na singeleza do seu caminhar, o nosso homenageado participou de importantes eventos da histórica Palma e continua presenciando as lutas e percalços de sua dileta cidade, além dos esforços de seus conterrâneos por melhores dias.
Certa feita, disse um filósofo: “O homem, enquanto vive, nunca coincide consigo mesmo, porque sempre está escolhendo aquilo que será no instante seguinte.” A cada momento, ele segue a mutação do tempo, transformando sonhos, buscando novas sensações, independendo da contagem dos anos. É o impulso da vida exigindo firmeza de posicionamento na liça diária. Para tanto, não importa o acúmulo de décadas vividas. O importante é saber converter a experiência em sabedoria, atributo marcante da velhice saudável.
Nesse patamar, com seu nobre exemplo, o nosso herói nonagenário nos imprime esta lição: é preciso viver, com solicitude e ardor laboral, enquanto a vida nos facultar espaço e coragem. Precisamos ser mais, fazer mais para nos sentir gente! Assim, todas as manhãs, este provecto cidadão vai ao seu popular estabelecimento comercial no vetusto Mercado Público de Coreaú mercar como fazia em outras épocas, a partir das três da madrugada, quando a força física era o seu tacape. Hoje, porém, é a imagem de prudente vedro que capitaliza a atenção da freguesia de muitas datas, naquele recinto de tantas histórias.
Esta figura simples, porém grave, e sua bodega à moda antiga são expressivas ilustrações insculpidas nos anais de Coreaú. Quem, no romper da aurora, em meio à brisa da manhã nascente, não tomou café com tapioca e bolo de milho na taberna do Chico Cristino, no Mercado da Palma? Tantos, muitos, vários, diversos...
Neste augusto dia, parabéns, parabéns, meu estimado tio! Velho guerreiro, que o bom Deus lhe conserve por muitos anos para nossa alegria e de toda a velha Palma!

Fortaleza, 25 de abril de 2010
Leonardo Pildas
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