Roberto Stuckert Filho/PR |
Depois de dizer que está "no jogo", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva mostrou que será um caixeiro viajante para reeleger sua sucessora,
Dilma Rousseff. "Quero ser a metamorfose ambulante da Dilma", afirmou
ele, em entrevista aos jornais do Grupo Diários Associados, que circulam
na capital federal.
A cúpula do PT só aguarda a definição do quadro partidário, nesta
semana, para montar uma agenda de viagens para Lula. Pela lei, o prazo
de filiação para quem quiser disputar a eleição do ano que vem termina
no sábado, 5. Lula não ficará na coordenação da campanha de Dilma, mas
deixou claro o que todos já sabiam no meio político: pedirá votos para a
presidente, muitas vezes se revezando com ela nos palanques.
"Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse
candidato", afirmou Lula. "Se ela não puder ir para o comício num
determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou
para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste. A única
coisa que eu não vou fazer é cantar, porque sou desafinado, mas, no
resto, ela pode contar comigo."
A estratégia do "revezamento" já foi usada por Lula no fim da
campanha de 2010, quando ele lançou Dilma à Presidência. Essa "divisão
de tarefas" sempre foi defendida pelo marqueteiro João Santana como
forma de multiplicar a propaganda petista.
Na entrevista, o ex-presidente também avisou que não
aceitará divisões no PT em relação a Dilma, enterrando de vez o "Volta
Lula", entoado por setores do partido. "Se houver alguém que se diz
lulista, e não dilmista, eu o dispenso de ser lulista", insistiu. "Eu
não estou pedindo que as pessoas gostem dela. Eu quero que as pessoas a
respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para
apoiá-la."
Do iG