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27/08/2012

O EU COLETIVO...


Somos apenas um ou muitos na mesma estrutura física, mental e psicológica? Em verdade, constituímos um único ser. Porém temos a capacidade de pensar, possuímos o grau da racionalidade. Por isso nos diferenciamos dos demais entes vivos desse reino passageiro que habitamos.
Assim, fica confirmada a nossa unicidade no que tange ao uso da razão. Mas a indagação inicial ainda não foi respondida. Algo, interiormente, nos impulsiona para a multiformidade.
Ah! Porque pensamos, por vezes, parecemos contraditórios tanto nas ações quanto no falar e no escrever. Em alguns momentos, o nosso caráter polimorfo explode e nos comportamos como se tivéssemos milhões de seres dentro de nós.
Nessa conjuntura, revelamos os muitos “eu” que somos: o orgulhoso, o egoísta, o presunçoso, o ganancioso, o sabichão, o dono da verdade, o senhor da lei, o aproveitador, o explorador, o tendencioso, o vaidoso, o usurpador de direitos, o aético, o zombador, o fanfarrão, o medíocre, o político interesseiro, o negociante desonesto, o vendedor de ilusões e muitos outros desse naipe que desonra a condição de ser humano. Todavia, há, também, aqueles que dignificam a criatura diante do Criador e, em particular, no meio da comunidade, na qual se encontram inseridos: o solidário, o ético, o ilibado, o servidor, o modesto, o realizador, o fomentador dos bons princípios, o administrador público cônscio de seus deveres, o consciencioso, o justo, o caridoso, o defensor das minorias, o cidadão, o responsável e outros tantos dessa louvável casta.
O nosso “eu” deverá ser coletivo, capaz de reconhecer no seu semelhante o poder pessoal e social que lhes são inerentes. Enquanto não concorrermos para que seja, efetivamente, evidenciada a necessidade de políticas públicas nas áreas da cultura, da educação, da saúde, da moradia, do emprego, do meio ambiente que atinjam toda a população, eliminando a desigualdade reinante, seremos pessoas exclusivistas, egoístas e medíocres.
Os bens da terra, as riquezas da natureza, o patrimônio público e os bons frutos da inteligência e do labor humanos pertencem a todos indistintamente. Isto já foi dito por muitos. Quando alcançarmos esta verdade, seremos então um ser, digo, um “eu” coletivo.

Fortaleza, 19 de junho de 2011.
Leonardo Pildas

Nota Bene: Embora este texto tenha sido escrito na data grafada, ele continua atual porque aborda as limitações do ser humano frente à partilha dos bens ofertados graciosamente pela mãe terra e sua aliada a sempre dadivosa natureza.
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