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25/10/2010

VERDADES E MENTIRAS

Publicado no Correio da Paraíba, de 24.10.10

VERDADES E MENTIRAS

Rubens Nóbrega – Jornalista. rubensnobrega@uol.com.br

            Eu não votaria em Dilma se ela usasse tanta mentira, tanta calúnia, tanta infâmia contra o seu adversário.

            Eu não votaria em Dilma se ele dissesse ou sua campanha espalhasse, por exemplo, que o adversário é gay ou a favor do aborto, não sendo ele uma coisa nem outra, e mesmo que a mulher dele tivesse abortado.

            Eu não votaria em Dilma se ela se aliasse a uma imprensa conservadora e golpista para armar escândalos fundados em mentiras e grotescas manipulações, incluindo denúncias de rematados escroques e estelionatários.

            Eu não votaria em Dilma se ela recebesse e negasse que recebe o apoio de organizações de extrema-direita, de tendências nazi-facistas, racistas e eugenistas, feito a TFP e outras que odeiam pobre em geral e nordestino em particular.

            Eu não votaria em Dilma se ela, prefeita de São Paulo fosse capaz de mentir e desmentir que usou dinheiro público para expulsar ?paraíbas? da cidade, pagando até R$ 5.000,00 por cada família que aceitasse retornar à terra de onde veio.

            Eu não votaria em Dilma se ela, prefeita ou governadora de São Paulo, negasse que culpou os filhos dos nordestinos pela baixa qualidade do ensino público na rede escolar municipal ou estadual, como fez José Serra em entrevista ao SBT, conforme vídeo disponível na Internet para todo mundo ver e ouvir.

Seguro desemprego, FAT, genéricos...

            Eu não votaria em Dilma se ela imitasse Serra e saísse por aí se dizendo criadora do Seguro Desemprego, quando, na verdade, o benefício foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney.

            Eu não votaria em Dilma se ela, tal e qual faz o seu adversário, se apresentasse como a ?mãe? do Fundo de Amparo ao Trabalhador, quando, na verdade, o ?pai? foi o deputado Jorge Uequed (PMDB-RS) autor do Projeto de Lei nº 991, de 1988, que criou o FAT.

            Eu não votaria em Dilma se ela mentisse ao ponto de se dizer também a “mãe” dos genéricos, quando, na verdade, o verdadeiro pai foi o já falecido (em dezembro de 2009) Jamil Haddad, ex-ministro da Saúde, e não José Serra.

            Eu não votaria em Dilma se ela insistisse nessa mentira, porque aí ela seria desmascarada diante do decreto-lei nº 793, de 1993, que instituiu os genéricos bem antes de Serra ser ministro da Saúde e de FHC ser eleito presidente.

            Eu não votaria em Dilma se ela tivesse sido ministra da Saúde e se pabulasse de ter sido a “melhor ministra da Saúde do mundo”, mesmo sabendo que não houve concurso nem campeonato algum para escolher melhor ministro disso ou daquilo.

Um constituinte reprovado pelo Diap

            Eu não votaria em Dilma se ela tivesse sido deputada constituinte e na Constituinte tivesse votado contra os direitos dos trabalhadores para, 22 anos depois, tentar enganar o povo dizendo que foi tudo ao contrário.

            Eu não votaria em Dilma se, na Constituinte, ela tivesse sido reprovada com a nota 3,7 pelo Diap ? Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar ? como o foi o deputado constituinte José Serra, de São Paulo.

            Eu não votaria em Dilma se hoje soubesse que, na Constituinte, ela não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas.

            Eu não votaria em Dilma se soubesse que, na Constituinte, ela não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo.

            Eu não votaria em Dilma se hoje soubesse que, na Constituinte, ela não votou pelo abono de férias de um terço do salário.

            Eu não votaria em Dilma se hoje soubesse que, na Constituinte, ela não votou pelo direito de greve nem pela nacionalização das nossas reservas minerais.

            Eu não votaria em Dilma se hoje a ouvisse mentindo, dizendo que votou a favor de tudo isso em que ela não votou ou votou contra na Constituinte.

A pantomima da bolinha de papel

            Eu não votaria em Dilma de jeito ou maneira nenhuma se ela fosse capaz de enganar o eleitor assinando compromisso em cartório de cumprir mandato até final para, dois anos depois, quebrar a palavra e se candidatar a outro cargo.

            Eu não votaria em Dilma se ela insultasse a minha inteligência e a de todos os eleitores do Brasil simulando ferimentos depois de levar uma bolinha de papel na careca.

            Eu não votaria em Dilma se ela protagonizasse tamanha e tão ridícula farsa, semelhante àquela do goleiro chileno no Maracanã, e torceria para que ela fosse banida da política, tal e qual Rojas foi banido do futebol.

            Eu não votaria em Dilma Rousseff se ela fosse José Serra ou parecida com ele e fizesse o que ele fez em 2002, quando enfrentou Lula e tentou ganhar espalhando o medo entre brasileiros e brasileiras.

            Eu não votaria em Dilma Rousseff se ela fosse José Serra ou parecida com ele e hoje tentasse ganhar espalhando mentiras capazes de despertar o ódio dos incautos contra o adversário.

            Mas Dilma não é Serra, para felicidade da maioria que até aqui está acreditando, apostanto e votando nela para elege-la a primeira mulher presidente do Brasil.

            Por essas e outras, sinto que nesta campanha vai se confirmar a profecia de Leonardo Boff: se antes, com Lula, a esperança venceu o medo; agora, com Dilma, a verdade vencerá a mentira.

Pauta de Eliton Meneses
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