Ueslei Marcelino/Reuters |
A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa da atual política econômica,
com medidas de austeridade fiscal, e reforçou que é preciso melhorar as
contas públicas do país para reduzir a inflação e as taxas de juros no
futuro ao discursar durante a primeira reunião ministerial de seu novo
mandato, nesta terça-feira (27).
A presidente afirmou, diante de seus 39 ministros, que é preciso
garantir a solidez dos indicadores econômicos e que as mudanças que o
Brasil precisa dependem da estabilidade e credibilidade da economia.
Para Dilma, desse modo será possível manter o modelo que concilia
crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social.
"Os ajustes que estamos fazemos são necessários para manter o rumo,
para manter as oportunidades, preservando as conquistas sociais e
econômicas", afirmou a presidente em discurso.
Desde o final do ano passado, a nova equipe econômica --formada pelos
ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e o
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini-- vem anunciando uma
série de medidas pouco populares para tentar colocar as contas públicas
em ordem, incluindo cortes de gastos e elevações de tributos, e
reconquistar a confiança dos agentes econômicos.
Entre elas, o governo cortou os gastos previstos no Orçamento neste
ano, mesmo que ainda não tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional,
incluindo perdas para a Educação, área considerada prioritária pela
presidente Dilma.
Dilma lembrou ainda das adequações no seguro-desemprego e outros
benefícios propostas pelo governo no fim do ano passado, que ela afirmou
que "são corretivos" para aperfeiçoar políticas sociais e aumentar sua
eficácia e não se trata de "medidas fiscais".
As medidas, que têm sido alvo de críticas de centrais sindicais e
partidos de oposição, promovem ajustes nas regras para acesso a abono
salarial, seguro-desemprego, seguro-desemprego para pescador artesanal,
pensão por morte e auxílio-doença. Ao anunciá-las, o governo alegou
distorções no acesso a esses benefícios e estima que poderá economizar
até 18 bilhões de reais por ano com esses ajustes.
O governo se comprometeu a fazer superávit primário equivalente a 1,2
por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e elevá-lo a 2 por
cento nos próximos dois anos, após intensas críticas nos últimos anos na
condução da política fiscal, que incluiu fortes desonerações e manobras
contábeis.
O cenário inclui fraca atividade econômica e inflação elevada, que
levou o Banco Central voltar a subir a taxa básica de juros do país,
hoje a 12,25 por cento ao ano, maior patamar desde 2011.
JCNet
http://www.jcnet.com.br/Nacional/2015/01/para-retomar-crescimento-e-preciso-ajustar-contas-publicas-diz-dilma.html