Você sabe o que fazer com uma cédula rasgada? Remendar com fita adesiva,
jogar no lixo, ou passar para frente está fora de cogitação, segundo as
regras do Banco Central (BC). Toda nota de real que tenha sofrido algum
dano deve sair de circulação imediatamente.
A moeda pode até perder seu valor de troca, dependendo do
estado de deterioração. Na maior parte dos casos, ela pode ser
substituída por novas cédulas após passar por uma análise técnica do BC.
A instituição informou, a pedido do iG
, que recebeu 389.827 notas com problemas no ano passado, quantidade 72%
maior que em 2011. Ou seja, uma média de 1.068 cédulas por dia.
Até agosto deste ano, o banco havia recebido 82.863
cédulas para avaliação. Já as notas danificadas que continuam em
circulação por desninformação ficam de fora das estatísticas, já que é
impossível quantificá-las.
Quem receber dinheiro em espécie com manchas, rabiscos, queimaduras,
cortes ou outros danos deve entregá-lo em alguma agência bancária, local
habilitado para receber o material e enviá-lo ao BC para exame. Neste
processo, o conteúdo pode ser classificado como “danificado” ou
“mutilado” – este último nos casos mais graves.
O banco deve fornecer um recibo ao cliente e informá-lo
quando o resultado do exame estiver pronto. Se as cédulas ainda
possuírem valor, o consumidor será ressarcido. O material prejudicado é
destruído pelo Banco Central.
“Não há prazo para a análise ser concluída, mas a pessoa
que entregar uma cédula a uma agência bancária sempre será comunicada
sobre o resultado deste exame”, esclareceu o BC.
Conheça os danos mais comuns sofridos pelas cédulas e saiba como proceder:
FALHA DE IMPRESSÃO
De acordo com o BC, são raros os problemas de impressão
na Casa da Moeda que efetivamente chegam ao mercado. Caso isso ocorra, o
procedimento é o mesmo para as notas danificadas: enviá-las a algum
banco e aguardar o resultado da análise. Na comprovação de que o
dinheiro é verdadeiro, o consumidor recebe o reembolso.
MERGULHO ACIDENTAL
Quem nunca esqueceu o dinheiro no bolso da calça e
colocou na máquina de lavar? Esta “lavagem de dinheiro” com direito a
amaciante é tolerada e não costuma causar danos muito graves. Colocar a
nota para secar ao sol é uma solução que quase sempre funciona. Mas se a
cédula ficar muito enrugada, o Banco Central pode substituí-la por
moeda nova, por meio do mesmo procedimento.
MANCHAS, CORTES E RASGOS
Ao contrário do que se imagina, fitas adesivas
ou grampos não tornam a nota utilizável. Rasgos, furos, cortes ou
remendos, desde que não atinjam mais de 50% da nota, ainda permitem a
substituição da cédula, mas não devem ser passados para frente no
mercado. Cédulas de polímero
– como algumas notas de R$ 10 de plástico especial – podem conter áreas
encolhidas ou enrugadas, também sujeitas à troca, assim como manchas e
desbotamentos. Se faltar parte de elementos de segurança
da nota, ela também deve parar de circular.
RABISCOS
A presença de caracteres estranhos como
desenhos, rabiscos ou carimbos no papel moeda é suficiente para que o BC
classifique a nota como dilacerada e inadequada para circulação. No
entanto, ela não perde valor de troca se enviada ao banco para análise.
NO CAIXA ELETRÔNICO
Com o aumento de explosões em caixas eletrônicos por
criminosos, não é raro sacar notas manchadas com tinta cor-de-rosa por
dispositivos antifurto. Quem receber cédulas neste estado, em algum
estabelecimento do País, não deve aceitá-las. Se o dinheiro manchado
sair do caixa eletrônico ou de um terminal de autoatendimento, deve-se
entregá-lo imediatamente ao banco. O consumidor pode acompanhar a
análise das notas pelo site do Banco Central
, informando CPF ou CNPJ.
DESGASTE PELO USO
Algumas cédulas de papel acabam desbotando de tão
antigas. Ao contrário das danificadas, elas continuam adequadas para
circulação e podem ser usadas normalmente no mercado. Mas isso não
impede que o consumidor as entregue em uma agência bancária para troca
no BC. A nota desgastada será destruída pelo banco.
CÉDULAS SEM SALVAÇÃO
Embora a maior parte dos danos não elimine o valor das
cédulas, há casos irrecuperáveis em que não é possível ressarcir o
consumidor. Se mais de metade da superfície da nota tiver sido destruída
por rasgos, cortes, queimaduras, cupim ou traças, ela perde valor de
troca. Ainda assim, pode ser entregue ao BC para avaliação.
Dicas iG